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16 de junho de 2011

DE GRAÇA, JÁ BASTAM AS SOPAS...

LANÇAMENTO DO LIVRO SOBRE IMPÉRIOS MARIENSES
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"Obra que achámos muita graça, mas que não concordamos que seja de graça".
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Vídeo: Foliões de outrora em:
http://www.youtube.com/watch?v=L5UJ6J5ukYU
Sendo o CADEP-CN um "Clube dos Amigos e Defensores do Património-Cultural e Natural de Santa Maria", quando essa  "cultura", nos é identitária e assenta nos bons costumes do respeito pelas pessoas e animais, como é o caso das tradicionais Festas do Espírito Santo, nos regozijamos de sobremaneira, quando ela é valorizada e promovida, assentando bem, aí, a aplicação dos "nossos" dinheiros públicos.
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Assim sendo, apresentamos um vivo enaltecimento pela edição de mais um livro sobre essa temática ancestral de vivência religiosa do nosso Povo, que são os Impérios     Marienses, os mais originais, com destrinças marcantes nos Açores e interessantes nuances entre a zona alta (serra) e a zona baixa da ilha.
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A obra "As Festas do Espírito Santo na Ilha de Santa Maria", resultado de um excelente resumo de pesquisas, compulsadas pelo Antropólogo e  amigo Paulo Ramalho, mesmo não acrescentando "novidades" em termos da investigação já efetuada, tem o mérito de fazer uma sábia e bem selecionada revisão da literatura de fundo existente sobre o tema, com o acrescento de alguns depoimentos na primeira pessoa, que muito apreciamos, mesmo que os consideremos algo escassos, para uma obra anunciada como "testemunhal". 
Trabalho árduo de um dos mais prestáveis e afamados
cozinheiros dos últimos 20 anos em Sta Maria
(Arsénio Medeiros) 
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Outro reparo opinativo que fazemos, tem a ver com a ausência de "contemporaneidade" da obra, nomeadamente no vazio do registo fotográfico e menção dos operacionais (obreiros) dos impérios da nossa geração - sempre os mesmos (cozinheiros, foliões, mestres-sala...) -- que, não obstante a realização das "funções" partirem das promessas dos imperadores, são eles, crucialmente, os verdadeiros recursos humanos da sua concretização. Foi "perdida", na obra, uma oportunidade para destacar, em jeito de homenagem e reconhecimento público aqueles, que, com labor, sarífício pessoal e voluntariado puro, ainda vão mantendo de pé, os nossos maravilhosos Impérios do Espírito Santo.
 Sugerimos ao autor, numa futura edição, esse merecido destaque.
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APROVEITAMOS O ENSEJO, PARA ENVIAR UM BEM-HAJA A ESSES GRANDES HOMENS E MULHERES PELO SEU VALIOSO SERVIÇO COMUNITÁRIO,  E PRÉSTIMO INESTIMÁVEL À CULTURA GENUÍNA DA NOSSA ILHA.
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O livro incentivado pela Delegação da Câmara de Comércio, através do seu representante Jorge Costa, e editado pela CMVP, contribui indubitavelmente para a valorização, revivamento e promoção das festas do Espírito Santo, vincando sobejamente a genuidade das mesmas em Sta Maria e as nuances de sigularidade que as torna únicas no Arquipélago, em termos de dedicação de promessas, preparativos da "função", orgânica e nomenclatura dos elementos das equipas operacionais, centralidade e peculariedade dos "foliões", confeção das "sopas" e universalidade da sua dádiva.
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Vídeo: Equipa de foliões contemporâneos e "labuta" na cozinha
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mNão se apresentando com a feição de um roteiro turístico-cultural temático,  por certo não seria essa a intenção dos seu autores, permitirá, no entanto, pela sua leveza de leitura, acessibilidade de compreensão, sequência estrutural, ilustração fotográfica documental e agradabilidade do design, cativar a atenção de quem nos visita, para o "marco cultural dos impérios marienses", convidando a vivenciá-los e a fruí-los de forma informada, para melhor os compreender e lorizar.
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É um livro que, sem dúvida, achamos muita graça e fazemos boa apreciação, não concordando, no entanto, com a sua distribuição  gratuita, porque é nosso entender que a fruição tanto do património cultural como do natural, assim como os documentos adstritos,       deverão ser pagos e rentabilizados, como se fazem noutras paragens,  só podendo assim constituir mais-valias turísticas, que se querem na diversificação económica da ilha.
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Concordaríamos com algumas ofertas no dia do lançamento aos convidados, como costuma ser de praxe,  assim como disponibilização da obra para presenteios protoculares, por parte da edilidade.
Tratando-se de uma edição da Câmara Municipal ou a empresa que lhe está apensa, o pagamento ainda faria mais jus, uma vez que os objetivos do livro não seriam escamoteados e se conseguiria alguma sustentabilidade/retorno do investimento público, tanto mais necessário numa altura de crise.
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E tal como diz sabiamente o Povo: "O que é de graça, não é achado nem tido como muito valioso".m
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mExposta a nossa apreciação do livro e opinião subsequente quanto à sua "distribuição", reiteramos, relevadamente, a sua qualidade e importância da sua edição, endereçando os parabéns a todas as partes que lhes deram corpo, no desejo de que os dinheiros públicos, a investir na promoção e elevação da nossa cultura e do nosso povo,  sejam sempre gastos em manifestações culturais, que  sejam originais e identitárias da nossa terra, a exemplo das Festas dos Espírito Santo de Santa Maria.

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