Bem vindo(a) ao NaturMariense

Convidamo-lo(a) a ler, participar e juntar-se às causas defendidas pelo CADEP-CN e pelos Amigos dos Açores, em Santa Maria.

Escreva, dê ideias e denuncie situações: cadep.cn@gmail.com ou santamaria@amigosdosacores.pt


30 de setembro de 2018

OS FORNOS E A EXPLORAÇÃO DA CAL EM SANTA MARIA

OS FORNOS E A EXPLORAÇÃO DA CAL
NA ILHA DE ANTA MARIA
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-As figuras centrais e extremas do "cabouqueiro" e do "caiador"
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Os FORNOS DE CAL de Santa Maria são marcos físicos e patrimoniais de uma atividade multi-secular, mas que veio a diminuir de importância  partir dos finais da década de 60, inicio de 70, em consequência da chegada de cal à ilha, vinda do Continente,  a preços razoáveis e, posteriormente, com o aparecimento de outras soluções de tinturaria (pintura), mais duradouras e resistentes às intempéries, como a tinta plástica ou de água.
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Gruta da cal do Figueiral
 A extração do calcário para produção de cal destinada à “caiação” das casas de Sta Maria a “branco–alvo” , remonta provavelmente  ao início do séc. XVI. Já Gaspar Fructuoso (séc. XVI) escreveu, no Livro III das Saudades da Terra: “Na rocha dura, se tira pedra de que se faz muita cal na terra, a qual não há em nenhuma das outras ilhas dos Açores”.
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O calcário de Sta Maria, único nos Açores, resulta de formações sedimentares, resultando em rochas carbonatadas biocalcareníticas, incorporando milhões de fósseis marinhos que ascendem a cinco milhões de anos.
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 A exportação do calcário, para além do abastecimento local, constituiu também, a par do barro,  uma importante fonte de receita para o município, através da exportação para outras ilhas dos Açores. Assim se refere Gaspar Fructuoso à importância económica da cal e ao comércio da mesma. “ A ilha tem também pedra de cal, e vale a seiscentos réis o moio, pelo preço mais caro.”
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Manuel Leandres Bairos
 As zonas mais importantes onde se fazia a extração do calcário para produção da cal era na Ponta das Salinas, freguesia de Sto Espírito e no Lugar do Figueiral, na freguesia de Almagreira, existindo em ambos os locais magníficas furnas artificiais, advindas deste  exigente e perigoso labor humano. O “EXTRATOR DE CAL” (cabouqueiro) era a figura central no início do processo da exploração da cal, exigindo uma mestria e experiência afinadas,  na arte de  colocar, fazer penetrar na rocha e retirar as três barras de ferro de tamanhos diferentes, de forma sequenciada, até o bloco pretendido ser desprendido. O último extrator-orientador que conheci foi o meu tio Manuel Leandres Bairos, tendo ainda a oportunidade de assistir à sua laboração nas grutas do Figueiral, ao serviço do seu pai Antonino Jorge. 
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Depois de extraído o calcário, este era transportado às costas dos trabalhadores, nos seirões dos burros ou carros de bois (quando os caminhos já o permitiam), até aos FORNOS DE CAL. Ai, durante três dias e três noites ininterruptamente as pedras de calcário eram sujeitas a “cozimento”, com temperaturas a rondar os mil graus centígrados. Como havia muito consumo de combustível (madeira), os Fornos foram construídos sempre perto de matas, sendo essa a prioridade, ficando mesmo alguns deles muito afastados do local da extração da pedra.
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 Atualmente, conheço oito Fornos de Cal em Sta Maria. A saber:
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Forno de cal da Fonte do Mourato
 - Azenha de Baixo, Sto Espírito (Recuperado);
- Porto da Vila (Muito degradado),
- Figueiral, Almagreira (Necessita de urgente recuperação);
- Touril, Almagreira (Precisa de recuperação);
- Fonte do Mourato, Almagreira (Precisa de remover a adulteração);
- Graça, Almagreira (Em estado razoável, mas precisa de limpeza envolvente);
- Monteiro, Almagreira (Necessita de urgente recuperação),
- Farroupo, Almagreira (Necessita de urgente recuperação).
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José Anselmo
Os Fornos de Cal apresentam alguma semelhança com os fornos de Loiça e telha, mais antigos (ver o Forno de Loiça na R. dos Oleiros), mas nunca foram usados para o cozimento de peças de cerâmica, pois a estrutura interna dos segundos é bem diferente e  específica para a função, assim como a compleição externa de alguns mais recentes, que já apresentam formas cúbicas e chaminés.
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Depois do “cozimento” das pedras de calcário,   alguma da cal era peneirada, para quem a preferia comprar em pó e outra era vendida mesmo em pedra, que depois de “derregada” em água servia para caiar de alvo as belas casas rurais marienses. Nessa última tarefa técnica de aplicação da cal entrava em funções a figura do “CAIADOR”, utilizando como “pincéis” o bracéu-da-rocha (Festuca Petraea), em três tamanhos diferentes: pequeno para os beirais, médio para as vistas das casas e grande para o corpo ds habitação. O caiador mais duradouro e popular que conheci foi o Senhor José Anselmo, homem simpático, profundo conhecedor do seu ofício e bom contador de histórias, que trabalhava mais na parte Ocidental da ilha. Ele não tinha mãos a medir, principalmente nos dois, três meses antes da data as festas das paróquias, porque todos gostavam de apresentar as suas casinhas caiadinhas de branco, à passagem das procissões.
 
  • José Andrade Melo
         CADEP-CN de Sta Maria

 

20 de fevereiro de 2017

O “TRAIL RUNNING”, SEUS VALORES E EXIGÊNCIAS


“TRAIL RUNNING”:  DUREZA, ÉTICA, PRAZER
   E RESPEITO PELA NATUREZA
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  ALIA DESPORTO, AMBIENTE, PATRIMÓNIO E TURISMO
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O Trail running (corrida pedestre em trilhos) é uma modalidade desportiva que alia desporto,  fruição da natureza e património de forma muito intrincada, tal como o Pedestrianismo, diferenciando-se deste por incluir a corrida e a competição.
 
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São “Corridas Pedestres na Natureza”, tradução do inglês Trail Runnig devendo ter um mínimo de percurso pavimentado/ alcatroado que não deverá exceder 10% do percurso total, em vários ambientes (serra, montanha, planície, litoral, etc), idealmente em semi ou auto-suficiência, mas não obrigatoriamente, a realizar de dia e/ou durante a noite, em percursos devidamente balizados e marcados. 
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A modalidade está atualmente na moda,  encontrando-se em franco crescimento no mundo inteiro e também em Portugal, principalmente desde 2010,  tendo chegado aos Açores há cerca de quatro anos, começando pelas “Ilhas do “Triângulo”, depois S.Miguel, tendo-se estendido a Santa Maria, o ano passado, comprovando a ilha ter excelentes potencialidades para a sua prática, a ajuizar pelo sucesso da “Colombus Trail Run”-2016. 
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O Trail running é um tipo de corrida muito diferente das corridas normais de estrada, e do corta-mato tradicional! Os percursos por onde são realizadas as provas de Trail running incluem trilhos muito técnicos que na sua larga maioria só são acessíveis a pé, por trilhos, onde normalmente se pratica o Pedestrianismo, como acontece em Santa Maria, cuja Grande Rota, se traduziu, praticamente, na ligação efetuada dos PR´s (Percursos Pedestes de Pequena Rota) já existentes. 
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 As cambiantes/desafios a vencer na natureza contemplam zonas montanhosas com lama e grandes declives, subidas de ribeiras  com fundos rochosos, trepar rochas, saltos sobre pedras, entre outros tipos de piso e desafios em terrenos muito irregulares.  Este tipo de provas é essencialmente realizado em lugares com natureza prodigiosa, mas lguns já as urbanizaram, fazendo-as também dentro das cidades, quer de dia quer de noite, “urbanização” essa que desvirtua, em nossa opinião, a essência do “Trail Run”, pelo divórcio que cria entre os “runner´s” e o ambiente natural, o qual esteve na origem da criação da modalidade e constitui (deverá sempre constituir) a genuína “infra-estrutura” da sua prática. 
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NATUREZA COMO ALIADA E “ADVERSÁRIA 
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Para um verdadeiro “runner” a natureza é a principal fonte de atração e de inspiração para a modalidade e na sua prática, mas os seus cambiantes e obstáculos a transpôr/vencer também são os principais “adversários”. Como constatamos no ano passado no acompanhamento que fizemos ao nossos atletas do “Núcleo de Pedestrianismo, Ambiente e Trail Run” do Gonçalo Velho, por vezes, os percursos são tão técnicos, duros e declivosos que vão das rochas do litoral até aos pontos mais altos das elevações (montes), passando por terrenos e declives/desníveis tão acentuados que os atletas não conseguem correr, sendo obrigados a caminhar a passo, colocando um misto de Pedestrianismo nas provas.
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São extremamente exigentes quer física quer pricologicamente, exigindo-se aos atletas formaçao adequada nesses níveis, assim como uma necessária sensibilidade e educação ambiental, para respeitar a natureza e beber dê-la a fonte de inspiração e de recuperação de forças.
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Como se viu na “Colombus Trail Run-2016 e exigem as organizações,  para suportar a dureza destas provas, os atletas levam uma mochila especial com água e suplementos alimentares para repor energia durante os percursos, assim como outros acessórios que normalmente são ou poderão ser precisos nalgumas situações,  tais como GPS, frontal, manta térmica e bastões para ajudar nas partes mais duras da prova.  
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Pondo-me no corpo e dando voz aos vários atletas que acompanhei na “Colombus Trail Run” do ano passado, durante cerca de 10 horas, e na decorrência de várias conversas com outros  participantes mais experientes e “alfabetizados” no Trail running, qualquer um deles poderia dizer o seguinte: 
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 “Nas provas de trail run, perante as belezas e as dificuldades, ficamos ora extasiados ora pequeninos e humildes às mãos da beleza e do feitio/obstáculos da mãe natureza. Da natureza que nos inspira e nos dificulta a progressão, confronta-nos com a nossa própria natureza, nossos receios e forças, assim como com a nossa cómoda/irrefletida posição dominante e agressora sobre meio ambiente onde nascemos e que nos suporta a vida, o qual, de forma responsável,  devemos apreciar,  respeitar e usar de forma sustentável. 
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São lutas constantes com tudo. O terreno, o trilho que teima em não nos facilitar a corrida, as cãibras, as dores musculares e traumáticas das várias quedas, o pó ou a lama, os arranhões, os picos nas mãos, as bolhas nos pés… Não há prova que não termine sem trazer um pouco do percurso marcado no corpo, mas também a beleza altamente compensadora da grandeza do patrimóniio natural e cultural gravada na mente e na alma.” 
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 Nas várias prova que fizemos de Trail run, não há uma onde não se pare hesitantes perante um qualquer obstáculo que transpusemos e se diga baixinho para dentro de nós: “Soberbo espectáculo! Dói mas compensa, pela natureza e pelo companheirismo!”  
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ALFABETIZAÇÃO DESPORTIVO/AMBIENTAL E O COMPANHEIRISMO/SOLIDARIEDADE 
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O Trail running é caracterizado pela competição saudável, com um desportivismo e solidariedasde que só o Pesdestrianismo e este tipo de provas na natureza tem. Pelas suas características de “Desporto de Natureza” é apanágio desta modalidade  o vincar do respeito pelo ambiente, visto que a maioria das provas são feitas no litoral marinho,  montes e vales, proporcionando também aos atletas o privilégio de fruirem de magníficas e singulares paisagens, como aconteceu em Santa Maria, deleitando os participantes. 
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O som do mar,  das ribeiras, dos pássaros e das passadas é o que ouvem os runner´s quando correm. Não, não é apenas correr. É mais do que isso. O Trail running, pelo que já conheci, em termos de ambiente humano e relação necessária com a natureza,  é também um “estado de espírito”, com vincada “introsepção” nos largos tempos em que os atletas estão a sós com a mãe natureza.
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Outra componente do Trail running que mais me marcou, no acompanhamento dos nossos atletas do “Núcleo de Pedestrianismo, Ambiente e Trail Run” do Gonçalo Velho e do convívio e observação de outros, foi o companheirismo e a solidariedade entre aqueles que já estão mais alfabetizados na sua prática e já se inteiraram do seu espírito. O ambiente humano e espírito que envolve os amantes do Trail Run é de veras transcendente, como se todos pertencessem à mesma equipa.   
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No pelotão da partida e no decorrer das provas eles partilham experiências, dão conselhos aos menos experientes,  se ajudam, se incentivam e apoiam. Foi com alegria ver muitos dos primeiros a apoiar os últimos nas metas das provas em Sta Bárbara e no Forte de S.Brás mesmo com uma diferença de algumas horas nas chegadas. Fazem-no porque todos enfrentaram os mesmo desafios, passaram pelas mesmas dificuldades e sabem o quanto é doído. Tal como diz o amigo e Diretor da Colombus Trail Run, Mário Leal:
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 “Quem não estiver preparado para sofrer não se dá bem com o Trail running”.
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É escusado queixarem-se deste ou daquele organizador ou deste ou daquele troço, porque todas as provas são duras e difíceis, mas para o “verdadeiro runner”, se as provas forem fáceis demais, ralas de obstáculos e sem belas riquezas naturais, normalmente, não as repete e as desaconselha a outros.   
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 Posso concluir que os  melhores momentos do Trail Run são mesmo os mais humanos, os de deslumbramento perante a força da natureza e a alegria dos desafios vencidos.  E essa força, no Trail, são os atletas, quando devidamente “alfabetizados”  em respeito pela ética desportiva, lealdade, solidariedade  e pela natureza, devendo só deixar nela a marca dos seus pés e unicamente levar as belas fotos e vídeos que registam, para recordar e promover ambiental e turisticamente as lindas terras como Santa Maria, como aconteceu no ano passado e vai acontecer na Colombus Trail Run-2017. Visando essa “alfabetização” tão necessária e aperfeiçoamento técnico-desportivo específico, o “Núcleo de Pedestrianismo, Ambiente e Trail Run” do Gonçalo Velho, em conjunto com a Câmara Municipal vão realizar, ainda este mês fevereiro, uma formação direcionada a todos os atletas de Sta Maria, com o técnico e professor Paulo Pires e o Diretor da “Colombus Trail Run”,  Mário Leal.
 
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A  VERTENTE TURÍSTICO-ECONÓMICA DO TRAIL RUN 
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Tal como o Pedestrianismo, o Trail running  incorpora a aliança entre o desporto, a fruição do ambiente e apreciação do património e, de forma multiplicadora, a vertente turística, pela chamada de praticantes e seus acompanhantes aos locais mais apetecíveis para a pratica da modalidade, como os Açores, decorrendo daí benefícios económicos evidentes para as economias locais, sendo exemplo disso a prova mariense “Colombus Trail Run”, cuja 2ª Edição vai acontecer no dia 25 deste mês, contando-se com mais de uma centena de atletas.
 
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Sobre importância eco-turística e económica do ‘Trail Run’ para os Açores, transcrevo abaixo as declarações do Secretário do Turisno, na cerimónia da “Colombus Trail Run”, as quais subscrevo totalmente.
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  “ São eventos marcantes para a  promoção dos Açores, salientando a divulgação que permitem das paisagens da Região como cenários de competição e, simultaneamente, como produto turístico de lazer, através dos trilhos.
 
 Está provado que a visibilidade deste tipo de eventos, que tiram partido dos nossos recursos naturais e potenciam o desenvolvimento sustentável, associando as vertentes ambiental. lúdica e competitiva, contribui eficazmente para atrair praticantes deste tipo de desportos, mas também um nicho de mercado de turistas que privilegiam o contacto ativo com a natureza.  
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Nesse sentido, também destacou a importância do Pedestrianismo como produto de ano inteiro e transversal a todas ilhas, recordando que existem actualmente no arquipélago 80 trilhos homologados, com uma extensão total superior a 716 quilómetros.” 
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Que todos os valores acima expostos, sejam sempre a tónica marcante da “Colombus Trail Run”, cuja 2º Edicão vai acontecer no dia 25 de fevereiro, estando convicto de que a prova se cimentará como um dos maiores eventos desportivos e de atração/animação turística de Santa Maria. 
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* José Andrade Melo
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  Ambientalista e formador superior de Educação Ambiental 
  Coordenador do “Núcleo de Pedestrianismo, Ambiente e Trail Run” do Gonçalo Velho
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  eco.melo@gmail.com

8 de dezembro de 2014

NOTÍCIA CAA -“BANHO PÚBLICO SOLIDÁRIO E REIVINDICATIVO PELOS ANIMAIS DO CAMAC DE VILA DO PORTO

 Ouça a notícia no Asas do Atlântico e veja os vídeos da atividade!

Conheça as reivindicações para melhorar o CAMAC, feitas pelos nossos alunos do CADEP-CN e  jovens voluntários da BVC (Bolsa de Voluntários do CAMAC), à Câmara Municipal de Vila do Porto

Para ouvir a reportagem do Asas do Atlântico clicar em: 


 Agora veja abaixo os vídeos da divertida Banhada coletiva solidária pelos animais e dos apelos dos jovens à Câmara Municipal.

 

 
https://www.youtube.com/watch?v=8WHjUNzhl0w

O coordenador do CADEP-CN e da BVC
 
José Melo

5 de setembro de 2014

RODRIGUES GUEDES DE CARVALHO DÁ A CARA E A VOZ PELOS ANIMAIS

Exemplo de um grande homem e de um ser humano integral!

OS GRANDES HOMENS E OS JOVENS DE VALOR COMO OS DA BOLSA DE VOLUNTARIADO DO CAMAC LUTAM E DÃO A CARA  NA DEFESA DO BEM-ESTAR DOS ANIMAIS, QUE SÃO SERES SENCIENTES E INOCENTES QUE NÃO TEM VOZ NEM MEIOS PARA SE DEFENDEREM SOZINHOS, CONTRA A CRUELDADE E BRUTALIDADE HUMANA.

Bem-hajas Rodrigues Guedes de Carvalho, pelo teu nobre caráter e atitude pro-activa na defesa dos animais.


https://www.youtube.com/watch?v=66bWYbRttW4

TOURADAS CADA VEZ COM MENOS AUDIÊNCIA EM PORTUGAL

A LUTA DAS ONGAS E DA SOCIEDADE CIVIL ESTÁ A VALER A PENA

Avanço civilizacional dos portugueses no respeito pela vida dos animais!

 São cada vez mais os portugueses que renunciam à crueldade das touradas. Os números não enganam e mostram que as touradas, mesmo transmitidas em horário nobre, não cativam a sociedade portuguesa.

 A corrida de touros transmitida no passado dia 22 de Agosto pela RTP, em direto da praça de touros de Albufeira, ficou muito aquém de qualquer dos outros programas transmitidos pelos canais em sinal aberto.


PRAIA PARA CÃES EM ITÁLIA COMEMORA 15 ANOS

PORQUE OS MELHORES AMIGOS TAMBÉM TEM DIREITO E SUJAM MENOS AS PRAIAS DO QUE MUITOS -
HUMANOS
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Baubeach, a primeira praia para cães localizada às margens do Mar de Maccaresa, ao norte de Itália, completa 15 anos de existência e os frequentadores continuam com as caudas a abanar de satisfação.

"Aqui, nós somos os convidados", comenta, divertido, José Luís, o dono de Morena, uma labradora que adora brincar nas ondas do verão italiano.
Num país com cerca de 6 milhões de cães oficialmente registados pelo ministério da Saúde - numa população de 60 milhões de habitantes -, existem muito poucas praias às quais os cães podem ter acesso.
"É ridículo, tendo em conta que, segundo a lei, cavalos e cabras podem frequentar tranquilamente a praia", critica Patrizia Daffinà, fundadora, em 1998, desta primeira praia italiana exclusiva para cães.
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7.000 metros quadrados de liberdade
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Criada a poucos metros da praia particular da polícia italiana, num areal de 7.000 metros quadrados, cerca de 100 cães aproveitam, hoje em dia, a praia ao mesmo tempo.
Para ter acesso a este espaço privilegiado de diversão, os donos devem cumprir com uma série de normas para que os seus animais possam-se divertir em total liberdade e segurança.
Além do pagamento de uma inscrição anual equivalente a US$ 17 (12,70 €) e de uma entrada diária de US$ 5 (3,70 €) para os cães de grande porte, a organização oferece actividades, cursos, festas e até acompanhamento veterinário.
"Todos os cães podem aproveitar a praia, do Pinscher ao Rottweiler. Não há discriminação de raças. Os únicos que não podem ter acesso são as cadelas no cio e os que animais que não estão registados', explica Patrizia, que também não aceita cães sem vacinação em dia.
No ano passado, mais de 7.000 cachorros aproveitaram a praia entre Maio e Setembro, um número que tem sempre aumentado.
Um “porteiro” comportamentalista com capacidade de identificar o temperamento dócil dos cães, decide ou não a entrada, como numa discoteca, dos animais que não pareçam ser problemáticos. Uma vez autorizado, o dono recebe um guarda-sol e uma cadeira.
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Vida de cão
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Divididos por tamanho, os cães podem divertir-se com brinquedos, enquanto que as raças de nadadores, como o Labrador Retriever, Cão de Terra Nova e o Golden Retriever, podem mergulhar tranquilamente neste cantinho do Mediterrâneo.
"É maravilhoso. O meu cão diverte-se imenso e eu descanso", comenta Roberta com Melissa entre as pernas.
Para garantir a higiene, uma das maiores críticas de quem não possui cães, são usados produtos naturais.
Uma equipa de funcionários encarrega-se de desinfectar constantemente a areia.
"Ver o meu cão a nadar dá-me um enorme prazer", comenta o dono de Morena, concentrada em cavar um buraco na areia.
Nesta praia exclusiva, os frequentadores caninos também contam com bebedouros, sacos para recolher fezes e, se for preciso, protector solar para as patinhas ou para as raças com pele mais sensível.
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Fonte: Jornal “Globo” online 

4 de setembro de 2014

NOTÍCIA CAA -“BANHO PÚBLICO SOLIDÁRIO E REIVINDICATIVO PELOS ANIMAIS DO CAMAC DE VILA DO PORTO

 Ouça a notícia no Asas do Atlântico e veja os vídeos da atividade!

“BANHO PÚBLICO SOLIDÁRIO E REIVINDICATIVO PELOS ANIMAIS DO CAMAC DE VILA DO PORTO"

Conheça as reivindicações para o CAMAC, feitas pelos nossos jovens voluntários da BVC (Bolsa de Voluntários do CAMAC), à Câmara Municipal de Vila do Porto

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O PERIGO DA “IMUNIDADE CIENTÍFICA” DE CERTOS ESTUDIOSOS PARA A CONSERVAÇÃO DO PATRIMÓNIO NATURAL DOS AÇORES

 Porque já nos vimos envolvidos em acesas lutas cívicas deste teor, embora de outra natureza, dentro da nossa missão ativista de conservação do património natural “in situ” (felizmente já sanadas pela saída de legislação e compreensão das partes), bebo plenamente da preocupação e indignação do colega de causas comuns Paulo Araújo, expostas e apresentadas no artigo abaixo. 
O título do texto -- “A vida por uma foto”--, bem expressa a falta de sensibilidade, de responsabilidade e deontologia de certos estudiosos/investigadores que, sob a capa da “imunidade científica” ou interesse científico, não tem pejo em sacrificar elementos singulares do nosso património natural, tão só, em prol do seu egocêntrico brilho académico.
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“A VIDA POR UMA FOTO” - 
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Ceradenia jungermanioides (Klotzsch) Bishop
No afã mais ou menos científico de tudo conhecer, colectar e classificar, e amiúde com o pretexto de ajudar a definir medidas de conservação que raramente são postas em prática, os botânicos profissionais (e alguns amadores convencidos da sua própria importância) podem causar danos irreparáveis. A história deste feto nos Açores ilustra exemplarmente como a pulsão de possuir, herborizar, coleccionar ou tão só fotografar pode ser cega e destrutiva. Corria a Primavera de 1973 quando ele foi pela primeira vez observado nos Açores, algures nas musgosas florestas do Pico, pelos botânicos alemães Helga Rasbach e Kurt Rasbach. Dada a necessidade de colher uma amostra para posterior estudo e identificação, e sabendo que o reconhecimento de uma espécie como parte da flora de uma região exigia (ainda exige, segundo alguns) que se depositasse uma planta completa num herbário, os Rasbach não tiveram dúvidas (e, no lugar deles, poucos botânicos teriam) em colher o único exemplar que encontraram. Ao mesmo tempo que a flora açoriana era oficialmente enriquecida com uma nova espécie, o próprio acto que permitiu oficializar a novidade poderia ter provocado (ou apressado) a sua extinção no arquipélago. Assim terá parecido durante quase 20 anos, até que em 1991 outros botânicos reencontraram a Ceradenia jungermanioides no Pico, e em 2010 Hanno Schäfer a descobriu nas Flores e na Terceira. No mesmo ano, também nas Flores, Schäfer encontrou um feto epífito da mesma família que se revelou endémico dos Açores e ficou a chamar-se Grammitis azorica.

Os géneros Grammitis e Ceradenia distribuem-se predominantemente pela América tropical, e a C. jungermanioides, que ocorre desde o sul do México até à mata atlântica do Brasil, chegou talvez aos Açores por via caribenha, colonizando as ilhas através de esporos trazidos pelo vento. Cada planta é composta por um rizoma curto de onde saem numerosas frondes pendentes e lineares com 3 a 8 cm de comprimento; os soros, que são circulares e sem indúsio, dispõem-se em duas fiadas paralelas no verso de cada fronde. Embora elas possam secar e cair durante o Verão, o número de frondes por planta aparenta ser proporcional à idade; Schäfer, que encontrou plantas com mais de 100 frondes, conjecturou mesmo que o seu número corresponde aproximadamente aos anos de vida da planta.

Ceradenia jungermanioides (Klotzsch) Bishop
 Mas mesmo essas plantas tão prolíferas são, pela sua pequenez, difíceis de detectar entre os musgos e líquenes que revestem espessamente os troncos dos juníperos e azevinhos onde elas costumam encavalitar-se. E, no que a fetos diz respeito, estes dois da família Gramittidaceae são singularmente morosos e incompetentes a reproduzirem-se. Com (muita) sorte e empenho encontram-se plantas isoladas, mas nunca populações significativas. O número total de indivíduos de C. jungermanioides nas Flores rondará as dezenas, no Pico chegará talvez às centenas. Tendo em conta a super-abundância de habitats favoráveis (cada um dos muitos milhares dos juníperos e azevinhos das florestas húmidas dessas ilhas é um poleiro possível), e a fraca acessibilidade de muitos deles, mergulhados em almofadões de Sphagnum ou rodeados por floresta densa, encontrar um único destes fetos é já uma proeza considerável. E, uma vez encontrado, devemos respeitá-lo, pois, seja qual for a razão invocada, é indigno destruir uma planta raríssima que levou anos de vida paciente e silenciosa a formar-se.

  a Mas esse código ético nem sempre é acatado por quem faz da botânica o seu hobby ou profissão. Alguns porque consideram que, mais do que a conservação de uma espécie em perigo (que aliás as autoridades locais pouco fazem para proteger), importa que o herbário da instituição em que trabalham ou o seu próprio herbário pessoal guardem colecções tão completas quanto possível. Se todos os herbários importantes, europeus e americanos, quiserem (como alguns quiseram) os seus exemplares açorianos de Grammitis e Ceradenia, as duas espécies, únicas da sua família na flora europeia, ficarão a um passo da extinção. Mas há pior: há quem faça tudo por uma fotografia. O que está nesta página (veja a foto ao fundo), de um francês com fracas luzes de geografia (os Açores são na Madeira?!) que em França respeita todas as normas mas acha que as ilhas atlânticas são o faroeste, é de uma sacanice repugnante.

P.S. O autor da foto comprometedora, Benoit Bock, já a retirou da página. Isso não vai salvar as cinco plantas que ele criminosamente sacrificou por um motivo mais que fútil. Para que conste, fica guardada cópia neste endereço.

Texto de: Paulo V. Araújo, 2/9/2014
In: Blog:  "Dias com árvores"

3 de setembro de 2014

"SE NÃO GOSTAS DE TOURADAS NÃO VÁS E PRONTO"" - A RESPOSTA.

AQUI VAI A MINHA RESPOSTA!
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Resposta aos que me dizem: “Se não gostas de touradas, não vás!"
Assim dizem eles: "O gosto pelas touradas é uma questão pessoal; se tu não gostas, não vás, mas respeita a minha liberdade e o meu gosto "
Se assim fosse, os pedófilos, os violadores (que até poderiam ser dos seus filhos(as) também gostam do que fazem, então teriam de respeitar também a sua liberdade e os seus gostos! 
 Se uma pessoa não só não respeita a vida de um animal, mas também paga para que o obriguem a sofrer em todo o tipo de espetáculos e até a morrer, na arena, nas corridas à española ou logo depois, no matadouro, nas touradas à portuguesa não pode pedir para ser respeitado nesse aspecto de sua vida.  
 O gosto pelas touradas não é uma” questão pessoal”, mas uma questão moral, civilizacional e de respeito pela vida alheia, uma vez que envolve o sofrimento de outros seres que SÃO OBRIGADOS A SER SUBMETIDOS A ATROCIDADES!
Do mesmo modo, não pode ser tratado como uma questão pessoal a violência familiar ("se não quer bater na sua mulher (ou marido), não bata, mas deixe-me fazer o que quiser"), estupro ("se não aceita violações, não o faça, mas deixe-me violar quem eu quiser "),  a pedofilia (os pedófilos gostam de molestar crianças e abusar sexualmente delas, e então teriam a liberdade para o fazerem) ou a guerra ("se acha uma guerra injusta, não se aliste, mas deixe-me matar quem quiser e não te manifestes contra, nem peças o seu fim, uma vez que restringe a minha liberdade para bombardear uma população").  
 No caso dos animais, a necessidade de intervir para parar o seu sofrimento deverá, ainda, ser moralmente  maior, já que por si sós não podem livrar-se das atrocidades a que são obrigados e submetidos e se as pessoas que consideram uma injustiça a sua exploração para divertimento de uns poucos não levantarem a sua voz e se insurgirem, eles continuarão a ser vítimas de pessoas sádicas e sem escrúpulos, que envergonham a espécie humana.