“SANTA MARIA FOI A PRIMEIRA, MAS AGORA A GRACIOSA VAI ADIANTAR-SE”
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Parque Eólico de Santa Maria, desde 1988 |
m-- Será que o Senhor Diretor não está informado de que Santa Maria foi o segundo pólo de Portugal, e o primeiro nos Açores na utilização da energia eólica?* Continua...
mOs restantes 25%, segundo o Diretor Regional da Energia, poderão provir de motores a diesel, ou, caso tal seja viável, a biodiesel. «Pensa-se, também, na possibilidade do aproveitamento de biomassa». Para cumprir estes objectivos, a tecnologia passa pela construção de baterias capazes de armazenar a energia. Já está em fase de testes em Berlim, onde se simulam as condições naturais da ilha, ainda sido informado.
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Assim sendo, a ilha Graciosa será a primeira ilha do mundo abastecida em maior percentagem por energias renováveis. Já em 2012, as energias solar e eólica serão os principais recursos energéticos da ilha, o que fará diminuir as emissões de dióxido de carbono, com os consequentes ganhos ambientais, reforçando-se concomitantemente a “imagem ecológica” dos Açores, cá dentro e lá fora.
mSegundo informação colhida do Diretor Regional de Energia Cabral Vieira, o projeto é da empresa alemã Younicos, especializada em energias renováveis, “tendo sido escolhida a Graciosa devido à dimensão e aos seus recursos energéticos.”
mAdiantou ainda o Governante, que o projeto pode ser estendido a mais ilhas dos Açores como Santa Maria, «mas terá sempre o nome da Graciosa associado» por ter sido a primeira, acrescentando que «Na verdade, todos gostam de ter algo que valorize e distinga positivamente a sua ilha do ponto de vista energético e ambiental».
mNão obstante o apreço do CADEP-CN e da representação local dos Amigos dos Açores, por mais este passo significativo na aposta da sustentabilidade energética da Região, não escondemos a nossa estranheza pela primeira opção ter sido a Graciosa no reforço das renováveis a partir de fontes eólicas e solares, porquanto (1) o primeiro parque eólico dos Açores foi construído em em Santa Maria; (2) está esta terra entre as ilhas mais ventosas da Região; (3) é a ilha de maior índice de insolação dos Açores, e em termos de dimensão, só supera a Graciosa em uma vintena de quilómetros quadrados.
mOnde está a lógica das decisões, e a valorização/rentabilização dos “projetos piloto”, como modelos de avaliação, melhoria/maximização dos mesmos, passando-se, então à generalização a outros espaços?
mEliminando quaisquer resquícios de bairrismos, mas tão só por pura lógica, e considerandos fatuais tais como: pela referência histórica nacional e pioneirismo em termos de energia eólica, por ter suporte de condições naturais de partida mais favoráveis, consideramos que Santa Maria, deveria continuar nesse campo a ser a ilha primeira, sustentando-se o bom senso político na racionalidade, na continuidade e reforço de melhoria de um projeto, já de si primeiro.
mProsseguindo, sobre este projeto na Ilha Branca, José Cabral Vieira, ainda referiu que esta é uma iniciativa que reforça a ideia de que os Açores estão na vanguarda das energias renováveis, uma vez que a Graciosa não é caso único. A ilha do Corvo está envolvida num projecto com o MIT (Massachusetts Institute of Technology) Portugal chamado Corvo Sustentável.
mOutro exemplo é o caso da ilha das Flores, que durante algumas horas – por vezes oito e nalguns dias até 100% – é abastecida a partir de fontes renováveis. O que «constitui um motivo de orgulho para a população aí residente».
mQuestionado sobre a sustentabilidade energética global da Região, reconheceu que, ainda, os principais emissores de CO2 continuaram a ser os transportes rodoviários, que poderiam ser substituídos «por veículos elétricos». No entanto, a sustentabilidade depende de fatores exógenos às ilhas, sendo preciso esperar pela produção em massa para o mercado mundial e pela redução dos respectivos custos médios. «O ‘totalmente’ renovável pode levar mais alguns anos», considera, realisticamente, Cabral Vieira.
mO problema dos transportes e do CO2 que libertam é, sem dúvida, reconhecido por nós, uma das questões ambientais mais difíceis de superar no Arquipélago, exigindo muita criatividade e uma posta política muito séria, balizada por estudos que sustentem a sua operacionalização e viabilidade. Deverão, no entanto, no nosso entender, a par da gestão dos resíduos, da água e da conservação da natureza, ser prioridade cimeira na política ambiental dos Açores.
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