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30 de abril de 2013

AFINAL O CENTRO DA TERRA É MAIS QUENTE DO QUE SE PENSAVA

Temperatura alcança os 6 mil graus celsius 
mais mil do que indicavam estudos anteriores

Uma equipa de cientistas determinou que a temperatura perto do centro da Terra é de 6 mil graus celsius, 1000 graus mais quente do que tinham sugerido experiências realizadas há 20 anos. Estas medições confirmam os modelos geofísicos que dizem que a diferença de temperatura entre o núcleo sólido e o manto superior deve ser de pelo menos 1500 graus, para explicar porque a Terra tem um campo magnético.

A equipa dirigida por Agnes Dewaele, da Organização Nacional de Investigação Tecnológica francesa, juntamente com membros da Centro Nacional Francês para a Investigação Científica (CNRS) e do Laboratório Europeu de Radiação Síncroton (ESRF), publica agora as conclusões na«Science».  

O núcleo da Terra é composto, principalmente, por uma esfera de ferro líquido a temperaturas superiores a 4 mil graus, que está sujeita a pressões de mais de 1,3 milhões de atmosferas. Nestas condições, o ferro é tão líquido como a água e só no centro da Terra, onde a pressão e a temperatura são ainda maiores, o ferro líquido se solidifica.

A análise das ondas sísmicas provocadas por um terramoto pode dar informações sobre as espessuras dos núcleos sólido e líquido e, inclusivamente, sobre a forma como a pressão na Terra aumenta com a profundidade. No entanto, estas ondas não proporcionam informação sobre a temperatura, que tem uma influência importante no movimento do material dentro do núcleo líquido e o manto sólido.

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A diferença de temperatura entre o manto e o núcleo é a principal causa dos movimentos térmicos a grande escala, o que, aliado à rotação da Terra, actua como um dínamo gerando o campo magnético da Terra. Fazer o perfil da temperatura do interior da Terra também serve de base a modelos científicos que explicam a criação e a intensa actividade vulcânica em ilhas como Havai ou La Réunion.

Para gerar uma imagem precisa do perfil da temperatura no centro da Terra, os cientistas observaram em laboratório o ponto de fusão do ferro a diferentes pressões, utilizando equipamentos de diamante para comprimir partículas de ferro a pressões milhões de vezes superiores à exercida pela atmosfera.

Dispararam raios laser capazes de aquecer o material a 5 mil graus celsius. “Tivemos de superar muitos desafios experimentais, uma vez que as amostras devem estar isoladas termicamente e não podem interagir quimicamente com o ambiente. Além disso, mesmo que uma amostra alcance as temperaturas e a pressão extremas do centro da Terra, isso só acontece por alguns segundos — período muito curto para determinar se o material está derretido ou sólido”, diz Agnès Dewaele.

Os investigadores desenvolveram então uma nova técnica na qual um intenso feixe de raios-x sonda uma amostra, conseguindo determinar se é sólida, líquida ou se está parcialmente fundida.

Determinou-se, desta forma, que o ponto de fusão do ferro a uma pressão de 2,2 milhões de atmosferas é de 4800 graus. Depois, através de modelos matemáticos, calculou-se o ponto de fusão para 3,3 milhões de atmosferas, equivalente à sentida na fronteira entre o núcleo sólido e o líquido. O resultado foi de 6 mil graus celsius.


Fonte: Notícias OVGA (30/04/2013) 

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