O mau tempo que tem afetado de forma persistente os Açores tem originado a queda de aves marinhas e algumas delas têm, inclusive, aparecido mortas na ilha do Faial, entre as quais cagarros e gaivotas.
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“As intempéries dos últimos dias
no arquipélago, tendo em conta a sua intensidade e regularidade, têm provocado
danos materiais, mas também ao nível da própria natureza. Um desses casos tem a
ver com as aves marinhas das ilhas dos Açores que têm estado a cair em números
extraordinários em relação a outros anos”, afirmou o diretor regional dos
Assuntos do Mar, Frederico Cardigos, em declarações à Lusa.
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Com a chegada da primavera,
algumas aves migratórias, nomeadamente cagarros e garajaus, regressam às
falésias e ilhéus do arquipélago para iniciarem um novo ciclo reprodutor, mas
devido ao "inverno rigoroso, algumas destas espécies acabam por cair em
terra" por "dificuldades de alimentação e por estarem permanentemente
sujeitas a temperaturas baixas, a ventos fortes, a precipitação".
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Frederico Cardigos acrescentou que no Faial "foram encontrados, na última semana, mais de uma dezena de aves marinhas mortas, entre as quais cagarros e gaivotas", principalmente na baía de Porto Pim, na Horta, "propensa a fazer a acumulação de vestígios que estão sobre o mar".
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Frederico Cardigos acrescentou que no Faial "foram encontrados, na última semana, mais de uma dezena de aves marinhas mortas, entre as quais cagarros e gaivotas", principalmente na baía de Porto Pim, na Horta, "propensa a fazer a acumulação de vestígios que estão sobre o mar".
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Já em São Miguel, foram
recolhidos 11 cagarros adultos com vida que foram libertados junto à costa,
permitindo que prossigam a sua viagem.
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"Alguns desses animais têm
estado em condições de serem recuperados e os serviços do ambiente das
diferentes ilhas têm sido muito ativos neste aspeto, com especial ênfase para
os vigilantes da natureza, mas noutros locais, infelizmente, temos registado
mesmo a queda de algumas aves que são irrecuperáveis", referiu o diretor
regional, acrescentando que as principais aves afetadas têm sido cagarros e
gaivotas.
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Frederico Cardigos explicou que
estes animais estão provavelmente, de uma forma natural, preparados para este
tipo de intempéries, mas como o mau tempo se prolongou este ano, acabou por
originar estas situações, já que "algumas destas aves não estão a aguentar
e acabam por falecer e depois arrojar em terra".
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A Direção Regional dos Assuntos
do Mar lembra, por isso, à população os procedimentos a adotar na proteção
destas aves, frisando que "em caso de dificuldades na recolha do animal
deve ser contatada a Linha SOS Cagarro 912233518 ou o Parque Natural da sua
ilha".
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Assim, caso seja encontrado um
cagarro vivo ou em dificuldades "a aproximação deve ser feita de forma
lenta" à ave e, "com calma", o corpo do animal deve ser coberto
"com um casaco ou uma toalha", devendo também haver o cuidado de "não
o magoar".
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"Colocar numa caixa de
cartão, com cuidado, manter o cagarro na caixa durante a noite, em local
tranquilo e escuro e libertá-lo na manhã seguinte, junto ao mar, pousando-o com
cuidado no chão", são outras das recomendações.
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De acordo com a Secretaria
Regional dos Recursos Naturais, em 2013 o cagarro foi classificado como ave do
ano pela Sociedade Espanhola de Ornitologia, o mesmo tendo sucedido em Portugal
em 2011, por iniciativa da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves.
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Fonte: Lusa/fim (03-04-2013)
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