
CONHEÇA MELHOR ESTA CURIOSA AVE MARINHA

O Frulho era antigamente considerado como uma
sub-espécie de Puffinus assimilis. Actualmente, considera-se que o Frulho é uma
espécie endémica da Macaronésia, com a subespécie boydi a nidificar nas ilhas
do Cabo Verde, enquanto a subespécie baroli nidifica nos Açores, na Madeira e
nas Canárias.
Os Frulhos
eram outrora muito abundantes no arquipélago.
O frulho possui um bico escuro (com a mandíbula inferior azulada),
longo e fino. As pernas são azuladas, com manchas pretas no tarso. O seu voo é
essencialmente batido, sendo poucas as fases de deslizamento perto da
superfície do mar.
As colónias açorianas de nidificação
desta espécie localizam-se em pequenos ilhéus desabitados, situados em Santa
Maria (ilhéu da Vila, 50 casais) e na Graciosa (ilhéus de Baixo e da Praia, 50
casais em cada ilhéu), mas também nas falésias inacessíveis de outras ilhas,
com a excepção aparente da ilha Terceira.

O Frulho não deve ser muito afectado pela pressão humana, uma vez que
os seus ninhos são difíceis de localizar e pouco acessíveis. Tal como para as
outras aves marinhas, as principais ameaças têm a ver com a presença de
mamíferos introduzidos (ratazanas, gatos, furões) e de aves de presa
extraviadas nas proximidades dos seus locais de nidificação.
Os Frulhos regressam aos sítios de nidificação a partir dos meados de
Agosto. A fêmea põe um ovo único, sem possibilidade de efectuar uma postura de
substituição em caso de fracasso. As posturas geralmente decorrem no final de
Janeiro e em Fevereiro. A incubação dura cerca de 45 dias enquanto as crias
emancipam-se a partir de dois meses de idade. Ambos progenitores participam na
incubação e na criação. As crias saem do ninho entre o fim de Maio e o início
de Junho.
Um estudo recente (Verónica Neves et al.) mostrou que os cefalópodes e
os peixes juvenis Phycis sp. constituem a maior parte da dieta dos Frulhos do
ilhéu da Vila-Sta Maria, durante a criação.
Os Frulhos são mergulhadores eficientes, podendo chegar regularmente
aos 15 metros
de profundidade.
Os resultados das análises de
trajectos obtidos com geolocalizadores mostram que os adultos parecem
permanecer na zona dos Açores durante o ano todo. Contudo, as colónias de
nidificação são abandonadas entre Junho e meados de Agosto.
* José Melo
Coordenador do CADEP-CN
Fontes consultadas: SIARAM-Joel
Bried (Biólogo) e “Aves dos Açores”
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