Bem vindo(a) ao NaturMariense

Convidamo-lo(a) a ler, participar e juntar-se às causas defendidas pelo CADEP-CN e pelos Amigos dos Açores, em Santa Maria.

Escreva, dê ideias e denuncie situações: cadep.cn@gmail.com ou santamaria@amigosdosacores.pt


22 de novembro de 2013

ARQUITETURA PODE SER “ALIADA IMPORTANTE” PARA A ATRATIVIDADE E DESENVOLVIMENTO DO TURISMO NOS AÇORES

 AFIRMAÇÕES DO SECRETÁRIO REGIONAL DO TURISMO E TRANSPORTE RELEVAM A IMPORTÂNCIA DA PRESERVAÇÃO DA CASA RURAL MARIENSE
--
Nota: Os nossos acrescentos/comentários estão a negrito.
--

Foto: José Melo
(Uma relíquia arquitetónica a recuperar)
Secretário Regional do Turismo e Transportes afirmou hoje (22/11/2013), em Ponta Delgada, a intenção de “incrementar ainda mais” o relacionamento entre a arquitetura  e o turismo, tendo em vista um "desenvolvimento sustentável”, o que concordamos plenamente e vai na nossa linha de pensamento há vários anos, devendo no caso de Santa Maria, para além dos imóveis históricos classificados, relevar a Casa Rural Mariense, pelas sua singularidade açórica e nacional, pelas linhas arquitetónicas simples e típicas e pelo posicionamento marcante que tem na paisagem da ilha.

Vítor Fraga, que falava na cerimónia de abertura do seminário Arquitetura e Turismo, disse acreditar que tal “é possível, porquanto possa ajudar a dinamizar" a economia regional, acrescentando estar certo de que “desta discussão livre e aberta à participação de todos, durante estes dois dias, sairão boas ideias sobre o futuro do turismo dos Açores e sobre a possível criação de roteiros de arquitetura na Região”. 
Há muito que o CADEP-CN defende a criação do "Roteiro da Casa Rural Mariense", estando na disposição de colaborar.

Na sua intervenção, o Secretário Regional recordou que "as ilhas dos Açores possuem, além de um imenso património natural, um rico património imóvel disperso por todo o arquipélago", sendo de realçar em Santa Maria a casa rural mariense, os chafarizes, os moinhos de vento, as azenhas, os fornos de cal, os fornos de loiça e telha e os fortes e fortins. 
Foto. José Melo-Chaminé tipo "vapor"
ex-líbris da arquitetura de Sta Maria

 Para Vítor Fraga, estas duas vertentes comprovam que “as relações espaciais entre a Arquitetura e o Turismo são de grande importância, se pensarmos na disponibilidade dos turistas para ver e apreciar tudo o que os rodeia e que é novo, na sua vontade de conhecer a identidade das pessoas do lugar e mesmo, por vezes, estabelecer elos de ligação com o seu país de origem”. A isto se chama o turismo "ativo-comparativo", que cada vez é mais procurado e exercido pela classe média-alta (turismo de qualidade), que só procura os lugares que se marcam pela diferença, salvaguardando e afirmando o que tem de original, único e identitário.
--
“A criação e manutenção de espaços urbanos de qualidade que observem também as questões inerentes à preservação ambiental é um fator fundamental para o nosso crescimento”, frisou, salientando que o Governo dos Açores “conta com os vários parceiros de decisão destes processos” para que tal aconteça. 

 Vítor Fraga referiu que, quanto visita um lugar pela primeira vez, o turista procura “conhecer os seus monumentos, saber quando foram construídos, por quem ou para que finalidade", considerando que essa "é uma característica comum e natural a todos os viajantes”, o que faz com que “com o passar dos tempos, os lugares vão apostando na potenciação desse património imóvel, seja pela sua requalificação e manutenção, seja pela sua abertura a visitas para turistas e locais”. Essa linha de pensamento reforça a necessidade de recuperação de imóveis históricos e singulares como o Forte de S. João Batista, na Praia Formosa, que é tido como o mais antigo dos Açores.
Foto: José Melo-Portada das traseiras,
com o tradicional "óculo" fixo sobre a porta

Nesse sentido, frisou que tudo isso “dá resultados, como sabemos e nem precisamos sair dos Açores: basta olharmos para Angra do Heroísmo ou, a nível nacional, para os casos de Guimarães e Lisboa, onde todo o património imóvel vale muito como oferta turística”. 

Vítor Fraga, salientando os “grandes desafios" que estão pela frente, afirmou que a aposta do Governo passa pela “requalificação e valorização do existente”, dois conceitos que norteiam a atuação do Executivo, que conta com a colaboração dos arquitetos para os concretizar.  Reiteramos e enfatizamos que um Plano de Salvaguarda da Casa Rural Mariense, contendo ofertas arquitetónicas enquadráveis e que aliem a salvaguarda da traça típica ao conforto da atualidade, urge de concretização urgente, antes que seja tarde de mais.

 O Secretário Regional destacou ainda a "promoção da eficiência energética" e a "requalificação da oferta hoteleira, alinhando-a claramente com a matriz do nosso destino”, como outros objetivos que "serão certamente muito mais fáceis de concretizar” com a intervenção dos arquitetos. 

 A este propósito, Vítor Fraga deixou um apelo à Ordem dos Arquitetos para que “privilegie nos seus trabalhos a utilização de materiais da Região, incluídos no Catálogo de Produtos Endógenos e materiais produzidos e transformados nos Açores”. 

“Com isso, não só ajudam a dinamizar as empresas locais, como também contribuem para a promoção do que é regional e do que nos distingue como povo destas terras de basalto e mar”, sublinhou o Secretário Regional, adiantando ainda contar com a Ordem dos Arquitetos para que a arquitetura do destino Açores "tenha tanto de moderno, como de tradicional e faça jus à história e à memória deste povo, ao qual todos nós, de uma forma ou de outra, sem compasso, pertencemos”. 
-
Porque concordamos totalmente com as declarações do Secretário Vítor Fraga, coincidindo com a nossa linha de pensamento, e sendo o seu teor de muita pertinência e urgência para os Açores,  esperemos que o dito passe da intenção à efetiva ação, agindo o GRA e a Câmara Municipal de Vila do Porto, dentro das suas obrigações/esferas de competência e/ou em sinergia, para a concretização do que aqui defendemos para a recuperação/preservação e valorização do património edificado de Santa Maria.

Fonte consultada: OTA

1 comentário:

Luiz Fagundes Duarte disse...

Recorde-se que já existe, publicado em livro e on-line, o Inventário do Património Imóvel dos Açores / Santa Maria (organizado por concelho: Vila do Porto). Só falta publicar os de Ponta Delgada e de Angra do Heroísmo (2 vols cada). O Projecto é da DRaC, foi iniciado em 1997 e está em vésperas de ficar concluído.

Luiz Fagundes Duarte