“UM PERCURSO PEDESTRE INTERNACIONAL, EM SANTA MARIA"

  PARTICULARIDADES E HISTÓRIA DO PIA
"VILA DO PORTO – FIGUEIRAL – PRAINHA - PRAIA FORMOSA"m
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Capa do 1º Folheto do PIA "V.Porto-Figueiral (Ano 2000)

     No passado dia 17 de Julho, a representação local dos Amigos dos Açores e o CADEP-CN, realizaram o seu sétimo percurso pedestre deste Verão, repetindo pela terceira vez o PIA (Percurso de Interpretação Ambiental), acima referido. 
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Embora nos deliciemos sempre com este percurso, não seria nada de extraordinário fazê-lo mais uma vez (e já contámos muitas), não fosse a variedade de terras e de países de onde os caminhantes eram originários.

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    Dos 15 elementos participantes, no dia 17, havia marienses, micaelenses, jorgenses, continentais de três distritos diferentes, dois norte-americanos, brasileiros de quatro estados diferentes e uma síria-libanesa. Numa caminhada anterior, já tinhamos levado dois casais de  alemães, um casal de origem belga e três jovens espanhóis que frequentam o programa Universidade de Verão, na UAç, e deram uma “escapadinha a Santa Maria”.            Ver reportagem fotofráfica em:

  https://picasaweb.google.com/115876082750807241147/PIAVPortoPFormosaAMIGOSDOSACORESStaMARIAFotosJoseMeloECarlosCruz?authkey=Gv1sRgCMPq9Z-aqNSYpAE&feat=email#

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Seguindo o trajeto original deste trilho, tarçado no âmbito do Projeto “Itinerários Ambientais” de Santa Maria (PIA-SMA), no ano 2000, começou-se pela observação e explicação arquitetónica de alguns edifícos históricos classificados de Vila do Porto, atravessámos a ribeira de S.Francisco, seguindo-se então para o Monumento Natural da Pedreira do Campo, Furnas  do Figueiral e por aí adiante. 

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Para além de ficarem encantados com a observação e explicações dadas sobre o burgo de Vila do Porto, o património geológico singular da ilha (escoadas lávidas submarinas em rolo, fósseis marinhos...) e dos elementos cénico-paisagísticos que oferece este PIA, igualmente marcante foi o convívio, a troca de ideias, a patilha de vivências culturais, e a troca de contatos, indiciador de que este “encontro” terá sido o primeiro de outros que se seguirão. 

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O Dr. Carlos Machado e família a residir no Continente e o casal norte-americano, virão a Santa Maria de novo já no próximo ano, já tendo ficado combinada a repetição desta e a realização de outras caminhadas. Para os que cá pernanecem, já temos agendado o PR2 – “Pico Alto-Anjos”, para o próximo dia 31, seguindo-se o PR4 – “Santo Espírito-Maia”, e outros recantos magníficos de Santa Maria como o Sul, Tagarete, Baía do Raposo, Ponta das Salinas, Furna das Pombas e a visitação de algumas jazidas fósseis e geossítios. 
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Destaco ainda deste Percurso de Interpretação Histórico-Ambiental, o vivo interesse dos participantes, nomeadamente a enorme valorização dada aos elementos patrimoniais  observados, a atenção às explicações do guia, a contagiante simpatia e o respeito pelo “código de conduta ecológica”, pois levaram só fotografias (e muitas) e caminharam sempre pelos trilhos definidos, deixando só as “marcas da saudade dos locais.” 
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Como se pode constatar, Santa Maria tem muito mais para oferecer do que “Sol e Praia”, até porque nestes dois dias, apesar de ser Verão, nem estava sol, nem apetecível para “fazer praia”, sendo garantido que estas pessoas, sairam de cá satisfeitas e serão verdadeiros focos de promoção das riquezas e belezas da nossa ilha, de forma testemunhal e gratuita, através dos seus relatos e fotografias que mostrarão a familiares e amigos. 

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A NOSSA LIGAÇÃO AFETIVA E UM POUCO DE HISTÓRIA DO PIA
 “VILA DO PORTO-PRAIA FORMOSA”  
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O Percurso de Interpretação Ambiental “Vila do Porto-Figueiral-Praia Formosa”, teve origem no Projeto “Itinerários Ambientais”, patrocinado pelo Instituto de Inovação Educacional e Direção Regional do Ambiente, tendo envolvido, no ano 2000, 17 docentes e 153 alunos da EBISMA, sob a coordenação do CADEP-CN.
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Dos colaboradores deste projeto, para além dos Dr. Manuel Gomes do Instituto de Inovação Educacional, e dos Formadores de Educação Ambiental Dr. António Pacheco (Biólogo) e Dra Elvira Alvernaz (Geógrafa) os docentes da EBISMA Sérgio Bastos (Geologia),  Paula Casqueiro (história), Nuno Costa (Educação Física) e Paulo João (Informática).
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O PIA-SMA teve dois objetivos predominantemente pedagógicos: 
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•incentivar a transversalidade curricular

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•promover a articulação vertical, entre ciclos de ensino; 
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E um  terceiro objetivo centrado  no domínio da educação ambiental, visando: 
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•contribuir para a implementação da Agenda 21, valorizando e protegendo o meio ambiente  local  (através do agir), pensando globalmente na sustentabilidade ambiental do Planeta.» 

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Este objetivo foi concretizado através da elaboração de um Percurso de Interpretação Ambiental, contemplando quatro fases: -
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1- Seleção de uma zona da ilha considerada de interesse ambiental e histórico que se encontrasse algo degradada e carecida de intervenção valorização; -
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2 - Caracterização biofísica, ambiental e patrimonial da área em estudo (área selecionada; 
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3 - Delineação/traçado do “itinerário” final. -
(Incluiu a elaboração de um folheto com propostas de atividades de descoberta e de sensibilização). 
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4 - Intercâmbio com outras escolas, para fruição/interpretação ambiental do PIA. 

Verso do 1º Folheto do PIA "Vila do Porto-Figueiral", ano 2000
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 No primeiro ano (2000) o PIA denominava-se só “Vila do Porto-Figueiral”, contendo um traçado de retorno a Vila do Porto, pelo Parque Florestal de Valverde. 
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Neste primeiro ano do PIA-SMA, recebemos em Santa Maria 35 alunos e 7 docentes da Escola básica e Secundária da Graciosa, para fazer o fruição pedagógico-ambiental do Itinerário. 
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No ano de 2002, no prosseguimento do projeto e o envolvimento de alunos do 12ºano, foram já configuradas as passagens e os destinos que tem hoje, com o acrescento da passagem pela Prainha e finalização na Praia Formosa. Nesse ano, recebemos alunos de uma escola da Lagoa e outro grupo da Escola das Laranjeiras. 
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 A apresentação do PIA “Vila do Porto – Praia Formosa” e do Santa Bárbara “Sol Nascente”, assim como a sua fruição de campo foram  das atividades  mais releventes do V Encontro Regional de Educação Ambiental, realizado em Santa Maria em 2003, pelos Serviços de Promoção Ambiental da DRA. 
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OUTRAS NOTAS RELEVANTES  SOBRE O ITINERÁRIO
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1ª Na concretização da 1ª Fase do PIA-SMA (seleção de uma zona de interesse histórico-ambiental, carecida de valorização), sabíamos que existiam grutas de extração de cálcário para a convsersão em cal, no lugar do figueiral, mas como estavam “escondidas na vegetação”, em consequência do seu abandono há muito anos, fomos à procura de antigos obreiros daquela atividade histórica e singular de Santa Maria. 
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Encontrámos o Senhor Manuel Leandres Bairos, último extrator de calcário do local (há mais de trinta anos), a trabalhar para o seu pai, Antonino Jorge Leandres, que “cozia o calcário” no  no seu forno do Farroupo, em Almagreira.
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O Senhor Manuel Leandres (Manuel de Jorge, assim era conhecido), indicou-nos os locais das furnas e onde se situava um antigo forno de cal, tendo os mesmos sido postos a descoberto com a ajuda dos tarbalhadores da SRHE e da Junta de Freguesia de Almagreira, após várias décadas ignoradas.
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2ª Foi no âmbito das caminhadas do PIA-SMA, que foram observadas os trabalhos da exploração da Pedreira do Campo, tendo sido relatadas a visualização das escoadas lávicas em rolo (pillow lavas) à DRA, merecendo toda a atenção do Senhor Diretor Eduardo Carqueiro, que mostrou abertura a um estudo para a comprovação da seu valor científico e patrimonial.
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Assim, no âmbito do “I Curso de Paleontologia dos Açores”, em 2002, chefiado pelo Dr. José Azevedo da UAç, foi efetuado um trabalho de prospeção/caraterização do local, no qual também participamos, tendo saído um documento, que alicerçou a proposta da sua classificação como Monumento Natural, tendo obtido aceitação plena da Direção Regional do Ambiente. 
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3ª No ano de 2005, o ainda, Diretor Regional do Ambiente – Dr. Eduardo Carqueijeiro -contratualizou o reputado Arquiteto Paisagista Fernando Pessoa, para conceber projetos de ordenamento/requalificação da Pedreira do Campo e de Percurso de Interpretação nas áreas protegidas do Barreiro da Faneca e Costa Norte e Reserva Natural do Figueiral-Prainha. No traçado desta última zona, foi tomado como base o trajeto concebido no âmbito do PIA-SMA, assim como a relevância dos pontos fortes, nele enfocados.
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Fizemos parte desta equipa de trabalho, durante vários dias, o que nos proporcionou troca de experiências e muitas aprendizagens emanadas desta grande figura do paisagismo e ordenamento do território em Portugal, que é o Arquiteto Fernando Pessoa. -
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Ficamos com muita pena por muitas das suas idéias e propostas apresentadas para os dois percursos aludidos, não poderem ir avante, assim como o que ele idealizou para a Pedreira do Campo, que infelizmente, até hoje continua sem intervenção e  e com elementos grandiosos sujeitos à deterioração e delapidação como é o caso do grande bloco sedimentar onde afloram biocalcarenitos conglomeráticos com conteúdo fóssil abundante e diversificado.