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11 de agosto de 2011

CIDADÃOS LEVAM “MAU FUNCIONAMENTO DE CANIS MUNICIPAIS”, À ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

CDS/PP DEU ATENÇÃO, MAS ACHAMOS CURTA A  INTENÇÃO
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Na sequência do elevado número de cartas que a Assembleia da República tem recebido de todo o país sobre o mau funcionamento dos canis/gatis municipais, O CDS-PP questionou as 308 câmaras de Portugal sobre as condições em que estão a operar estes espaços de acolhimento de animais abandonados, afirmou esta semana o deputado João Rebelo em declarações à Agência Lusa, a que tivemos acesso. 
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“As questões sobre os canis e gatis são um dos maiores temas dos e-mails que os cidadãos enviam ao nosso grupo parlamentar na Assembléia da República. É uma preocupação que tem sido recorrente.” Acrescentou o deputado. 
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---Ao todo, foram 616 os requerimentos que só a bancada do CDS-PP tem feito chegar desde o final do mês passado às 308 câmaras municipais do país, sobre este tema pertinente e emergente, que tem a ver com o bem-estar animal.---
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SSituação vergonhosa denunciada por cidadãos
Estes requerimentos/questionários enviados aos municípios portugueses, sobre a gestão dos Centros de Recolha Municipais (vulgo canis/gatis), não obstante a atenção para o problema e a intenção de os inventariar e resolver, merecem da nossa parte tão só algum agrado, pela ineficácia vislumbrável, que explicaremos mais abaixo. Merece sim o nosso vivo aplauso a ação cívica massiva dos cidadãos que despoletaram esse procedimento, através de várias cartas enviadas aos deputados. Tal fato releva o grau crescente de preocupação/sensibilidade dos cidadãos para com o bem-estar dos animais, tendo muito contribuído as ações pedagógico/ informativas das ONGAS, sobre os seus direitos e o reforço ativista na exigência do seu cumprimento.

Outra observação que fazemos desta notícia é que, o facto de muitos cidadãos de todos o país levarem aos deputados questões sobre os “canis/gatis” dos seus municípios evidencia que os seus funcionamentos são problemáticos e desrespeitadores dos animais, que já chegando lá por serem vítimas do ato cruel do abandono, são duplamente “castigados” nos acolhimentos oficiais.
Sobre esta triste realidade e “ilegalidade”, acrescentamos que a maioria dos municípios do país ainda não melhoraram as condições logísticas dos Centros de Recolha, pela exigência da legislação atual e continuam a reger-se por regulamentos de gestão díspares dos preceituados da DUDA e da recente Resolução da Assembléia da República nº 69/2011, de 25 de Fevereiro.

Ler o que escrevemos sobre “O que deve ter e ser um Centro de Recolha Municipal”, no Baluarte de Julho/Agosto ou através do link:


As questões colocadas às s autarquias pelo CDS/PP incidiram sobre a lotação das instalações, quanto tempo é que os animais ficam nos canis/gatis, qual a percentagem de animais que tem como destino a adoção, o regresso aos donos e o abate, se as condições logísticas proporcionadas são suficientes e qual o destino das carcaças dos animais após o abate. “Algumas autarquias já estão a responder e é nossa intenção redigir um memorando final, que disponibilizaremos publicamente no site do nossos partido.” Adiantou João Rebelo.

Como referimos acima, não obstante a salutar atenção e intenção do CDS/PP, para a problemática do funcionamento/gestão dos canis/gatis municipais, duvidamos que o Memorando resultante das respostas das autarquias espelhe fidedignamente a realidade  e consubstancie um documento impulsionador de maior responsabilização das autarquias na melhoria daqueles espaços, ajustando-os às recomendações legislativas.

Canil não é um armazém de animais (Açores)
Temos os exemplos recentes de dois municípios dos Açores, nos quais foram verificados tratos indignos para com os animais recolhidos e a funcionarem como “ante-câmaras de morte”, tendo as versões oficiais negado as evidências, na comunicação social, e afirmado o “melhor dos mundos”, para os animais à sua responsabilidade. Daqui já se antevê que respostas darão estas autarquias e outras com prevaricações semelhantes, ao referido inquérito do CDS/PP.

Reconhecendo a importância da iniciativa como ponto de partida para trazer a lume a problemática, o “instrumento” usado, só por si, nos parece  insuficiente e ineficaz para colher as realidades, carecendo de sequenciação de outras ações, in loco.

Sugerimos como segundo procedimento, que o senhor deputado na sua área eleitoral e os outros nas demais (podendo ser deputados nacionais, regionais e/ou municipais), em conjunto com ONGAS de Defesa Animal e agentes do SEPNA com ação em cada município, visitassem os canis/gatis do Continente e Regiões Autónomas, para indagarem a observância da compatibilização entre as condições logísticas, higieno/sanitárias e de gestão daqueles espaços, e a legislação nacional e europeia vigente.

Deste modo, a verdadeira realidade seria constatada, e levados à ação todas e cada uma das partes (políticos, ONGAS e autoridades) que têm competências e responsabilidades nesta matéria de zelar pelo bem-estar animal, em prole do respeito pela vida, pela civilidade e cumprimento da legalidade.

Reconhecendo que mesmo assim o CDS/PP, já fez algo mais do que alguns partidos sobre a problemática em questão, (mantiverem calados até então e também receberam muitas cartas de protesto sobre os canis), para que seja verdadeiramente consequente e mostrar que pretende verdadeiramente ir mais além do que dar atenção e  ter intenção, desafiamos que apresente propostas concretas de legislação na Assembléia da República e também aqui nos Açores, que obriguem taxativamente as entidades ao cumprimento das suas obrigações, começando pelo registo e controlo efetivos dos animais em cada freguesia; na esterilização e promoção de adoções responsáveis, nos canis/gatis, renegando a política do abate; na observância das condições logísticas e de trato condignas para os animais recolhidos; no reforço das fiscalizações, fazendo-as regularmente a canis municipais e particulares,  assim como  endurecer as coimas e o grau de classificação dos maus tratos a animais, considerando-os crimes públicos.

Para que não se fique só por um “Memorando recheado de respostas politicamente corretas”, esta é uma grande oportunidade, para que esta força política, como partido do Governo, faça história no avanço civilizacional de Portugal na questão do bem-estar animal, podendo até ir mais além do que propomos se tiver a coragem de incluir a questão “incivilizacional” das torturantes touradas.

AROVEITAMOS PARA RELEMBRAR QUE UM CENTRO DE RECOLHA MUNICPAL NÃO É ESPAÇO NEM ALIBI PARA "DESCARTAR ANIMAIS", NEM UM SERVIÇO PARA DESCURAR AS RESPONSABILIDADES DOS CIDADÃOS EM TERMOS DE CIVILIDADE E DE CUMPRIMENTOS LEGAIS PARA COM O BEM-ESTAR DOS CÃES E/OU GATOS DE QUE SÃO DETENTORES.

UM CENTRO DE RECOLHA MUNICIPAL REPLETO DE ANIMAIS É REFLEXO TAXATIVO DE QUE SE ESTÁ NUMA COMUNIDADE, AINDA POUCO CIVILIZADA, DESRESPEITADORA DOS ANIMAIS E DOS VALORES INTRÍNSECOS DA VIDA, AO TOMÁ-LOS COMO COISAS, MERCADORIAS E OBJETOS DE DIVERSÃO, MOSTRANDO-SE INSENSÍVEIS AO SEU SOFRIMENTO, COMO ACONTECE COM OS CRUÉIS ABANDONOS, AS TORTURANTES TOURADAS E OUTRAS ATROCIDADES NÃO ACEITÁVEIS À LUZ DE UMA SOCIEDADE MODERNA.  

* José Andrade Melo

  CADEP-CN e Amigos dos Açores, Sta Maria

2 comentários:

jbcferreira disse...

Espero que dê frutos esta grande iniciativa da Sociedade civil, os nossos amigos (animais) bem precisam. Eles são os mais inocentes no meio desta barbaridade nacional.
Cumprimentos
João Ferreira

José Andrade Melo disse...

Olá João Ferreira

Muito obrigado pelo teu comentário, enviando desejos e um maior grau civilizacional do nosso país para com os animais, que são, na realidade, os mais frágeis, frente ao egoísmo e irracionalidade humanas.

Abraço e boas férias