PRODUTOS ONDE “VIMOS E SENTIMOS SANTA MARIA”
-Mais uma vez, a Feira do Artesanato foi um dos pontos altos de atração e de valorização das Festas de 15 de Agosto, o que é sobejamente demonstrativo de que a atividade artesanal em Santa Maria , deverá ser cada vez ser mais apoiada, como expressão cultural de excelência que é; pela promoção que faz da ilha, através de “alguns” dos seus produtos, acoplados à sua vertente económica.
--Numa visita atenta ao espaço, observámos diversas “expressões artesanais”, tendo essa diversidade nos impelido a pesquisar sobre a definição de “artesanato”.
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Pelas consultas, constatámos que a definição de artesanato não é um conceito padronizado e rígido, podendo encontrar-se diversas definições, com pequenas variações conceituais, e englobamento de correntes, tais como: “Artesanato Cultural”, “Artesanato Contemporâneo” e mais recentemente apareceu a vertente do “Artesanato Urbano”.
Pelas consultas, constatámos que a definição de artesanato não é um conceito padronizado e rígido, podendo encontrar-se diversas definições, com pequenas variações conceituais, e englobamento de correntes, tais como: “Artesanato Cultural”, “Artesanato Contemporâneo” e mais recentemente apareceu a vertente do “Artesanato Urbano”.
Tal diferenciação, no nosso ponto de vista, não significa que se conotem as correntes aludidas com artesanato de primeira ou de segunda, não obstante as preferências por uma ou outra (e temos a nossa) e as funções de representação e divulgação da cultura e do património locais, que umas veiculam e outras não.
Não obstante a beleza e enorme riqueza criativa, os produtos das duas últimas correntes mencionadas afastam-se da função original e histórica da atividade artesanal, estabelecida na relação entre “artesanato, meio local e cultura popular”, estando praticamente despejadas do nobre e importante valor, como veículo de representação, valorização e de promoção do património histórico e natural de uma terra, assim como da expressão das suas vivências ancestrais do seu povo.
Como definição de “Artesanato Cultural ou Tradicional”, respigámos que se trata de “Todo o trabalho manual, onde criativa e habilidosamante há transformação ou reconversão da matéria prima pelo próprio artesão, além disso, esse produto, tradicionalmente, reflete a relação desse artesão com o meio onde vive, expressando a imagem desse espaço, nomeadamente na sua vertente vivencial e cultural.”
Do cruzamento das várias pesquisas que efetuámos sobre “artesanato como expressão cultural”, vincamos, ainda, como resumo, que se trata de um trabalho predominantemente manual, exercido no âmbito doméstico ou em pequena oficina, característico de certa região ou cultura local, de aparência rústica, de aspecto artístico, associado à utilidade ou à decoração e não produzido em série.
Como corroboração, a especialista em arte Sandra Ramalho de Oliveira, no seu livro intitulado “A Imagem também se lê”, caracteriza o artesanato vernáculo desta forma:
“…é personalizado e agrega o valor da ação da mão e da mente do homem, à imagem e cultura do meio onde vive”.
Gostando do artesanato em geral, mas apreciando particularmente o “Artesanato Vernáculo”, e porque o CADEP-CN age dentro do ideário de valorização, preservação e divulgação do património Cultural e Natural da nossa ilha, apresentamos um conjunto de fotos com produtos artesanais exposto na Feira, nos quais “vimos Santa Maria espelhada”. Clic Aqui
Em conversa que tivemos com as artesãs Ainda Bairos, Jesuína Ricardo e Isabel Furtado, entristeceu-nos de sobremaneira o fato destas “agentes da cultura de Santa Maria”, não terem ao seu lado quaisquer jovens aprendizes, no sentido de perpetuarem as suas obras.
Deixamos aqui um alerta/sugestão às entidades responsáveis, para que estas artesãs vernáculas e a Cooperativa de Santo Espírito sejam contatadas para que jovens estudantes, no âmbito do PROFIJ, desempregados e usofruidores do RSI, sejam direcionados para a aprendizagem das artes tradicionais que elas executam, a bem das suas formações pessoais e sociais, de Santa Maria e da sua cultura tradicional e identitária.
É também entristecedor e até desrespeitador da ancestral e nobre atividade cultural que é o artesanato, o fato de, recentemente ter havido um curso de olaria (arte que muito diz a Santa Maria) e que, aos cerca de 20 participantes, não tenha sido facultado o espaço e e as condições logísticas necessárias, solicitadas às entidades locais para darem continuidade ao aprendido.
Há que criar estímulo para que novos aprendizes apareçam e criar condições estimulantes, que também sejam representativas, divulgadoras e perpetuadoras da nossa cultura, como a revitalização de uma oficina de olaria e do tão necessário e prometido Centro de Artesanato, em Vila do Porto.
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BEM HAJA A TODOS OS ARTESÃOS MARIENSES PELA SUA DEDICAÇÃO E SERVIÇO ÀS CULTURA DE SANTA MARIA!
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