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7 de setembro de 2011

OS MITOS E OS BENEFÍCIOS DA ESTERILIZAÇÃO/CASTRAÇÃO DE ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO

"A FANECA": EXEMPLO DE UMA ESTERILIZAÇÃO NORMAL, SEM DOR E DE EXCELENTE RECUPERAÇÃO
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Faneca a recuperar da esterilização
No final de Agosto, a cadelinha “Faneca”, encontrada abandonada no Barreiro da Faneca e adotada por nós, foi alvo de uma cirurgia de esterilização, visando-se fundamentalmente: “evitar o acasalamento indesejável” (principalmente porque convive no mesmo espaço com o cão que tínhamos adotado anteriormente); contribuir para o controle populacional de cães (sabemos por experiência o quanto é difícil conseguir adotantes), para além dos benefícios de saúde, que apresentamos no corpo deste escrito. 
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Porque a esterilização de fêmeas e a castração de machos ainda é um assunto que acarreta alguns receios para os proprietários destes animais de estimação, advindos de alguns mitos e desinformações infundados, aproveitamos o ensejo para desmitificar/esclarecer os leitores sobre as falsas “pregonas” e informar sobre as suas vantagens reais, recorrendo às publicações da conceituada Médica Veterinária Silvia Parisi. 
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 Estas cirurgias, fundamentais para o controle reprodutivo, erradamente tem vindo a ser associada à imagem de animais gordos e letárgicos, "intervenções dolorosas", "mutilações do animal", etc. É preciso clarificar o que há de falso e verdadeiro sobre a esterilização/castração e entender que se trata de uma boa opção, pelos benefícios que traz para os animais, para seus donos e até para a sociedade, como pode ler abaixo.
 
O QUE PERMITE/BENEFICIA A ESTERILIZAÇÃO DE FÊMEAS:

1. Evitar acasalamentos indesejáveis, principalmente quando se tem um casal de animais de estimação.
2. Controle populacional, evitando o aumento do número de animais de rua.
3. Evitar cancro em glândulas mamárias na fase adulta.
4. Evitar piometra (grave infecção uterina) em fêmeas adultas.
5. Evitar episódios frequentes de "gravidez psicológica" e suas consequências como infecção das tetas.
6. Evitar cios.
7. Evitar a perpetuação de doenças geneticamente transmissíveis como epilepsia, displasia coxofemural, catarata juvenil, etc.. (em animais que tiveram o diagnóstico dessas e outras doenças transmissíveis aos descendentes).  

NOTA: É errado o conceito de que a esterilização só deve ser feita em cadelas de rua. Se o dono não tem intenção de acasalar a sua cadelinha ou gatinha, seja ela de raça ou não, é desnecessário enfrentar cios a cada seis meses, riscos de gravidez indesejável e, principalmente, de doenças como cancro de mama e piometra. A esterilização garante uma vida adulta bastante saudável para as fêmeas e bem mais tranquila para os donos.

 DESMISTIFICANDO ALGUMAS "PREGONAS" FALSAS...

"A esterilização/castração deixa o animal gordo."

Falso. A sterilização/castração pode causar aumento do apetite, mas se a ingestão de alimento for controlada e o dono não ceder às vontades do animal, o peso poderá ser mantido. Observa-se que animais esterilizados quando jovens, antes de completar 1 ano de vida, apresentam menos sinais de aumento de apetite e menor tendência a se tornarem obesos. A obesidade pós a esterilização ou castração (no caso dos cães) é causada, na maioria das vezes, pelo dono e não pela cirurgia. 

"A esterilização/castração deixa o animal parado e apático"

Falso. O animal ficará letárgico após a castração apenas se adquirir muito peso. Gordo, ele se cansará facilmente e não terá a mesma disposição. A letargia é consequência da  obesidade e não da castração em si. Os animais na fase adulta vão, gradativamente, diminuindo a atividade, o que é natural, e as pessoas associam erroneamente esse fato à esterilização ou castração. 

"A esterilização/castração mutila o animal, é uma cirurgia cruel!"

Cicratização da Faneca quase consumada
uma semana depois
Falso. A cirurgia da esterilização é simples e rápida e o pós-operatório bastante tranquilo, principalmente em animais jovens. É utilizada anestesia geral,  o animal já estará ativo 24 horas após a cirurgia e a recuperação é rápida. Não há nenhuma consequência maléfica para o animal que continuará a ter vida normal.  

"A esterilização potencia o cancro na fêmea”
Falso. Ao contrário da afirmação, a esterilização das fêmeas antes de 1 ano de idade, reduz as probabilidades de desenvolver cancro de mama na fase adulta, comparativamente às fêmeas não esterilizadas. Se a cirurgia for efetuada antes do primeiro cio,  possibilidade de cancro de mama é praticamente nulo. A retirada do útero anula a ocorrência de problemas uterinos bastante comuns em cadelas após os 6 anos de idade, cujo tratamento implica remoção do órgão.

"Só de deve esterilizar a fêmea após ela ter parido, para ela não se afetada"

Falso. Ao contrário do que alguns pensam, a cadela não fica "frustrada" ou "triste" por não ter tido filhotes. Essa é uma característica humana que não se aplica aos animais. Se considerarmos a prevenção do cancro nas glândulas mamárias, ela será 100% eficaz, segundo estudos, se feita antes do primeiro cio. O ideal é esterilizar o quanto antes.  

"O macho castrado não tem interesse pela fêmea."

Falso. Muitos machos castrados continuam a ter interesse por fêmeas, embora ele seja menor comparado a um animal não castrado. Se o macho é castrado e há uma fêmea com cio na casa, ele pode chegar a acasalar com ela normalmente, sem que haja fecundação.
"Castrando os machos eles passam a controlar menos o xixi."

Falso. Uma característica dos machos é demarcar o território com a urina. Se o macho, cão ou gato, for castrado antes de um ano de idade, ele não demarcará território na fase adulta. Ao contrário da afirmação, a castração é indicada também para animais adultos que demarcam território urinando pela casa. Nesse último caso, pode acontecer que alguns animais continuem a demarcar território, mesmo após a castração, pois já tinham adquirido o hábito de urinar em todos os lugares.

O QUE PERMITE/BENEFICIA A ESTERILIZAÇÃO DOS MACHOS:

1. Evitar fugas.
2. Evitar o constrangimento de cães "agarrando" em pernas ou braços de visitas.
3. Evitar demarcação do território (xixi fora do lugar).
4. Evitar agressividade motivada por excitação sexual constante.
5. Evitar tumores testiculares.
6. Controle populacional, evitando o aumento do número de animais de rua.
7. Evitar a perpetuação de doenças geneticamente transmissíveis como epilepsia, displasia coxofemural, catarata juvenil, etc. (em animais que tiveram o diagnóstico dessas e outras doenças transmissíveis aos descendentes). 

Se levarmos em conta quantas vezes um animal macho terá oportunidade de acasalar durante toda a sua vida reprodutiva, seria mais conveniente diminuir sua atração sexual pelas fêmeas através da castração. O animal "inteiro" excita-se constantemente a cada odor de fêmea no cio, sem que o acasalamento ocorra, ficando irritado e bastante agitado, motivando a fuga de muitos. O dono precisa vencer os preconceitos, algo que é inerente apenas aos humanos, e pensar na castração como um grande benefício para seu animal.

Como nota final vincamos que, caso não pretenda que seus animais se reproduzam, a esterelização/castração é o método preventivo mais eficaz e recomendado no controlo animal.
Tomando o exemplo concreto da "Faneca", confirma-se que se trata de uma cirurgia segura e praticamente indolor para o animal, facultando-le posteriormente  benefícios de saúde, e de tranquilidade para nós.

Esperemos que a esterelização/castração, seja a prática central  no controle reprodutivo dos animais entrados no novo Centro de Recolha Municipal, por ser o mais eficaz, mais civilizado e mais justo para com os animais, que tendo sido vítimas da "incúria humana", não deverão ser duplamente penalizados através e uma condenação à morte.

*José Andrade Melo
Amigos dos Açores, Sta Maria

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