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27 de novembro de 2011

“COISAS NOSSAS” – ORGULHEMO-NOS DO NOSSO PATRIMÓNIO IDENTITÁRIO

=  FORNO DE TELHA DE SANTO ANTÃO =
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  “PATRIMÓNIO A CONHECER PARA RECUPERAR, DIVULGAR E VISITAR”
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Parte frontal do forno (boca de entrada), na atualidade 
Na nova rubrica do NATURMARIENSE “Coisas nossas”, vamos apresentar o Forno de Telha de Santo Antão, que demos a conhecer a semana passada a dois turistas, que nos  perguntaram por “testemunhos da olaria mariense”. 
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Enfocaremos como máximas da rúbrica “Coisas nossas” as seguintes: 
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“Povo que despreza o seu património e a sua memória coletiva, perde a sua “alma” e condena a sua identidade”, correndo o risco de ser ignorado por não ter diferenças para mostrar” e “Não haverá história se os marcos do passado não forem presevados”. 
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Voltamos a lamentar aqui no NATURMARIENSE, o que o sobejamente já o fizemos em outras instâncias, pelo desprezo e abandono que as nossas entidades locais tem votado os nossos marcos históricos atinentes à olaria e ao trabalho do barro, os quais tão marcantes e identitários são para Santa Maria. 
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Esboço do forno original completo
Santa Maria, por conter barro “no seu seio”, em virtude da sua maior antiguidade e características geológicas, foi o berço da olaria dos Açores, e fonte de matéria prima, para alimento desse ofício noutras ilhas, nomeadamente em S.Miguel. 
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É lamentável e até vergonhosa, a falta de sensibilidade das entidades responsáveis em não manter sequer uma antiga oficina de olaria, e não fazer valer para perpetuação histórica e fins turísticos, os marcos patrimoniais acoplados à atividade, como os fornos de loiça ou de telha. 
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Apresentamos hoje o Formo de Telha de Santo Antão, que não obstante carecer de urgente intervenção recuperativa, a sensibilidade do seu dono, reconhecendo a sua mais-valia, lá o vai libertando de ervas, para que o possamos ver. 
Boca lateral para descarga da telha e loiça "cozidas"
Trata-se de um forno de telha com construção dos finais do séc. XIX, configurado um corpo de planta irregular, aberto na parte anterior onde está a boca (vão com verga de volta perfeita) ladeada por dois contrafortes que suportariam originalmente um alpendre.
Todo ele é constituído em pedra de cantaria, o que lhe acrescenta mais uma marca identitária da ilha. 
Sugerimos que as autoridades locais encetem a sua recuperação, protocolando com o proprietário os termos do processo e da abertura às visitações públicas, colocando-se junto a este valioso património placas explicativas do que ele representa, em português e inglês pelo menos.  
Forno pequeno, anexo
Porque Santa Maria, não é só “sol-praia-mar”, como há longos anos apontamos como muito redutor para a promoção turística da ilha face às suas riquezas patrimoniais (essas sim, não são sazonais), defendemos a criação de roteiros temáticos, devendo o “Roteiro do Barro” ser um deles, incluindo o forno aqui destacado (e outros mais a que também daremos conta), locais onde se extraia o barro, a fábrica da telha, a Rua dos Oleiros e necessariamente a recuperação de uma olaria antiga. 

Se para as festas há "dinheiro como barro", na peculiar expressão do linguajar mariense, com o dinheiro que se paga a um grupo musical para vir a Santa Maria tocar duas horas, se recuperaria em cada ano, um dos nossos fornos de telha, azenhas, moinhos de vento, fornos de cal e outros elementos de excelência do nosso património, "ganhando-os" para as gerações vindouras e fruição turística.

Vamos fazer do património singular de Santa Maria, "uma festa", que honre os nossos antepassados, que seja uma mais-valia no presente e que se perpetue para as gerações futuras.
Só pela diferença das “Coisas nossas” podemos afirmar o que temos de original, de único e de diferente, estando mais do que provado que o património vernáculo e a qualidade paisagístico-ambiental é, em todo o mundo, o grande pólo de atração dos turistas de qualidade.

4 comentários:

Marco Chaves disse...

Lamentável, lamentável, lamentável!!!

Esperemos que o alerta público do Naturmariense, não fique em saco roto.

Rita Silva disse...

Todos devemos lutar pelo nosso belo património, e concordo totalmente com o artigo de que muito dinheiro que se gasta em superficialidades deveriam ser investidos naquilo que é essencial como fornos de telha de que mostram ss fotos e outas construções históricas da nossa terra.

Parabéns ao naturmariense e ao professor José Melo por estas informações e alertas, e por ajudar a despertar o interesse pelas nossas riquezas do passado.

Perguntei ao meu pai onde ficava e já fui visitar o forno de telha de Santo Antão que não conhecia e achei bonito mesmo assim, imagine-se o interesse que teria quanfo fosse recuperado.

Vamos ter orgulho naquilo que são "coisas nossas". Parabéns por essa rúbrica!

António Manuel Sousa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
António Manuel Sousa disse...

É uma grande tristeza e falta de sensibilidade o desprezo do nosso património. Santa Maria que era a ilha do barro, e podia explorar isso, turisticamente como diz o post e está tudo ao abandono.

VERGONHOSO MESMO!

É preciso pressionar a câmara e o governo para recuperar estes fornos, antes que fiquem totalmente em ruinas, como já está quase destruido um forno na Rua dos Oleiros.

Parabéns a este excelente blogue por chamar à responsabilidade dos responsáveis.