= FORNO DE TELHA DE SANTO ANTÃO =
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“PATRIMÓNIO A CONHECER PARA RECUPERAR, DIVULGAR E VISITAR”
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Parte frontal do forno (boca de entrada), na atualidade |
Na nova rubrica do NATURMARIENSE “Coisas nossas”, vamos apresentar o Forno de Telha de Santo Antão, que demos a conhecer a semana passada a dois turistas, que nos perguntaram por “testemunhos da olaria mariense”.
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Enfocaremos como máximas da rúbrica “Coisas nossas” as seguintes:
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“Povo que despreza o seu património e a sua memória coletiva, perde a sua “alma” e condena a sua identidade”, correndo o risco de ser ignorado por não ter diferenças para mostrar” e “Não haverá história se os marcos do passado não forem presevados”.
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Voltamos a lamentar aqui no NATURMARIENSE, o que o sobejamente já o fizemos em outras instâncias, pelo desprezo e abandono que as nossas entidades locais tem votado os nossos marcos históricos atinentes à olaria e ao trabalho do barro, os quais tão marcantes e identitários são para Santa Maria.
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-Esboço do forno original completo |
Santa Maria, por conter barro “no seu seio”, em virtude da sua maior antiguidade e características geológicas, foi o berço da olaria dos Açores, e fonte de matéria prima, para alimento desse ofício noutras ilhas, nomeadamente em S.Miguel.
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É lamentável e até vergonhosa, a falta de sensibilidade das entidades responsáveis em não manter sequer uma antiga oficina de olaria, e não fazer valer para perpetuação histórica e fins turísticos, os marcos patrimoniais acoplados à atividade, como os fornos de loiça ou de telha.
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Apresentamos hoje o Formo de Telha de Santo Antão, que não obstante carecer de urgente intervenção recuperativa, a sensibilidade do seu dono, reconhecendo a sua mais-valia, lá o vai libertando de ervas, para que o possamos ver.
Boca lateral para descarga da telha e loiça "cozidas" |
Trata-se de um forno de telha com construção dos finais do séc. XIX, configurado um corpo de planta irregular, aberto na parte anterior onde está a boca (vão com verga de volta perfeita) ladeada por dois contrafortes que suportariam originalmente um alpendre.
Todo ele é constituído em pedra de cantaria, o que lhe acrescenta mais uma marca identitária da ilha.
Todo ele é constituído em pedra de cantaria, o que lhe acrescenta mais uma marca identitária da ilha.
Sugerimos que as autoridades locais encetem a sua recuperação, protocolando com o proprietário os termos do processo e da abertura às visitações públicas, colocando-se junto a este valioso património placas explicativas do que ele representa, em português e inglês pelo menos.
Forno pequeno, anexo |
Porque Santa Maria, não é só “sol-praia-mar”, como há longos anos apontamos como muito redutor para a promoção turística da ilha face às suas riquezas patrimoniais (essas sim, não são sazonais), defendemos a criação de roteiros temáticos, devendo o “Roteiro do Barro” ser um deles, incluindo o forno aqui destacado (e outros mais a que também daremos conta), locais onde se extraia o barro, a fábrica da telha, a Rua dos Oleiros e necessariamente a recuperação de uma olaria antiga.
Se para as festas há "dinheiro como barro", na peculiar expressão do linguajar mariense, com o dinheiro que se paga a um grupo musical para vir a Santa Maria tocar duas horas, se recuperaria em cada ano, um dos nossos fornos de telha, azenhas, moinhos de vento, fornos de cal e outros elementos de excelência do nosso património, "ganhando-os" para as gerações vindouras e fruição turística.
Vamos fazer do património singular de Santa Maria, "uma festa", que honre os nossos antepassados, que seja uma mais-valia no presente e que se perpetue para as gerações futuras.
Só pela diferença das “Coisas nossas” podemos afirmar o que temos de original, de único e de diferente, estando mais do que provado que o património vernáculo e a qualidade paisagístico-ambiental é, em todo o mundo, o grande pólo de atração dos turistas de qualidade.
4 comentários:
Lamentável, lamentável, lamentável!!!
Esperemos que o alerta público do Naturmariense, não fique em saco roto.
Todos devemos lutar pelo nosso belo património, e concordo totalmente com o artigo de que muito dinheiro que se gasta em superficialidades deveriam ser investidos naquilo que é essencial como fornos de telha de que mostram ss fotos e outas construções históricas da nossa terra.
Parabéns ao naturmariense e ao professor José Melo por estas informações e alertas, e por ajudar a despertar o interesse pelas nossas riquezas do passado.
Perguntei ao meu pai onde ficava e já fui visitar o forno de telha de Santo Antão que não conhecia e achei bonito mesmo assim, imagine-se o interesse que teria quanfo fosse recuperado.
Vamos ter orgulho naquilo que são "coisas nossas". Parabéns por essa rúbrica!
É uma grande tristeza e falta de sensibilidade o desprezo do nosso património. Santa Maria que era a ilha do barro, e podia explorar isso, turisticamente como diz o post e está tudo ao abandono.
VERGONHOSO MESMO!
É preciso pressionar a câmara e o governo para recuperar estes fornos, antes que fiquem totalmente em ruinas, como já está quase destruido um forno na Rua dos Oleiros.
Parabéns a este excelente blogue por chamar à responsabilidade dos responsáveis.
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