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12 de abril de 2012

BRASIL DÁ LIÇÃO A SANTA MARIA, NA VALORIZAÇÃO DA SUA CASA TÍPICA

     QUE A LIÇÃO SIRVA DE MOTE PARA UMA MAIOR SENSIBILIDADE E RESPONSABILIDADE PÚBLICAS NA DEFESA DO PATRIMÓNIO LOCAL
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Suscitado pela pertinente notícia saída numa publicação brasileira, atinente à divulgação da nossa casa típica mariense,  que abaixo se reproduz, nos apraz fazer um comentário, na sequência, constando a nossa indignação, recomendações e reiteração de um apelo de logna data sobre a matéria.
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Carnaval 2012-Florianópolis
“A Escola de Samba Consulado da cidade brasileira de Florianópolis, no último Carnaval, apresentou o enredo ATLANTIS INSULAE - AÇORIANO É SER DO MAR!. Uma das Alas desfilou com a fantasia "Ilha de Santa Maria a arquitectura das Chaminés".
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Adiantou, ainda,  a notícia que foram Fernando Albalustro e Marcelo Machado os autores do "enredo" (lá longe a partir do Sul do Brasil, souberam identificar de forma clara o valor de um dos nossos mais importantes ex-líbris da nossa ilha), tendo deixado a seguinte questão: "Será que por lá já trajaram assim, valorizando esta preciosidade arquitetónica, de que nos chegou valioso legado ?"o).
Fernando Albalustro e Marcelo Machado, autores do enredo lá longe a partir do Sul do Brasil souberam identificar de forma clara um dos nossos mais importantes ex-líbris - a casa típica mariense. E nós, quando seremos capazes de fazer o mesmo?
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Felizmente, por cá, alguns já foram capazes de fazer o “mesmo” (ver fotos) mas, por serem muito poucos a fazê-lo e haver, ainda, uma insuficiente valorização local do  importante ex-líbris mariense, conforme implicitamente expressa a questão, como defensores de longa data da Cara Rural Mariense, nos apraz dizer o seguinte:
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Carnaval 1998-V.Porto
(Alunos de Sta Bárbara e do CADEP-CN)
Enquanto, do outro lado do Atlântico, se orgulham de patentear a nossa casa típica e até de "dançar" com ela, enaltecendo a sua elegância e singularidade arquitetónica, por cá, infelizmente, parece que alguns se envergonham dela, descaracterizam-na, com inaceitável conivência pública, tendo sido uma nossa luta de longos anos, conseguir junto da Câmara Municipal que  avance para um urgente Plano de Salvaguarda da Casa Rural Mariense, antes que se chegue a um ponto em que as gerações vindouras terão de ir ao Brasil, ver como era o nosso "ex-libris" arquitetónico.

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É exigível das nossas entidades maior sensibilidade e responsabilidade nessa matéria, devendo ser tomada a verdadeira riqueza da ilha e a sua promoção turística,  muito para além do produto   “sol e praia”. valorizando-se também o campo e o património adstrito, como mais-valias de afirmação/diferenciação local e de atratividade de visitantes.
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 É lamentável e indignante o arrepio que sentimos das entidades para avançar para um Plano de Salvaguarada da Casa Rural Mariense, sabendo-se que a mesma é um marco físico e paisagístico indelével e singular do património mariense; constitui uma imagem de marca da terra; é apreciada por todos os que nos visitam, sendo, sobejamente,  reconhecido que é possível compatibilizar a traça típica com o conforto da atualidade. 
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Dizer-se, que a casa mariense, está já salvaguardada no PDM, são argumentos à “pilatos”, pois as referências/orientações que contém são demasiado latas e não suficientemente rigorosas,  para estancar a “crucificação” das mesmas, devendo engrossar-se o apoio público à exigência de uma Plano de Salvaguarda, específico para a nossa casa típica. 
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Deverá a política cultural e de turismo do município como do governo, a par de outros produtos de animação e de fruição da natureza,  não escamotear a salvaguarda, valorização e promoção daquilo que temos de original, único e diferente, em Santa Maria, sob pena de se “matar as galinha dos ovos de oiro”, caso se persista no seu desprezo e destruição, como vem acontecendo ano-após-ano,  como a casa rural mariense, sem falar agora noutros marcos patrimoniais, como as azenhas, fornos de loiça e de cal, olarias, fortes, etc. 
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Que a "lição" que veio do Brasil, constribua, de alguma forma, para suscitar sensibilidades, acender massa crítica maisa largada na defesa do nosso património, e resonsabilizar mais quem tem o dever de concretizá-lo.
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* José Andrade Melo, CADEP-CN, Sta Maria

3 comentários:

Felix Miguel disse...

Excelente texto. Concordo plenamente, a casa rural mariense deve ter plano de proteção e um regulamente claro que defenda as suas características arquitetónicas únicas.

Daniel de Sá disse...

Meu Caro Amigo
O primeiro passo a dar é tentar acabar com a patetice, em que até historiadores caem, de dizer que a chaminé cilíndrica é influência de povoadores algarvios. O disparate é triplo. 1º, porque não estavam vulgarizadas as chaminés naquele tempo; 2º, porque não houve algarvios entre os povoadores de Santa Maria; 3º, porque as chaminés marienses nem sequer se parecem com as algarvias.
A Câmara Municipal deveria dar o exemplo, mas lamentavelmente o próprio guia turístico, feito por uma empresa micaelense, regista o disparate.
Um abraço do
Daniel de Sá

Regulus sanctaemariae disse...

É vergonhoso que sejam os outros lá de bem longe a dar valor ao nosso património e aqui as entidades a deixarem que o mesmo seja destruido. Oxalá que vá avante mesmo o plano de proteção da casa rural como defendo o nosso ambientalista senhor José Melo, que deveriam dar mais ouvidos, antes que seja tarde de mais.