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1 de maio de 2012

ESTUDO DO DOP CONFIRMA O QUE JÁ ESTAVA AFIRMADO EM SANTA MARIA

 “JAMANTAS APRESENTAM POTENCIAL ECOTURÍSTICO”  

O grupo de jamantas que pode ser encontrado nas águas dos Açores tem potencial para aproveitamento em ecoturismo, já que este é um dos poucos locais do mundo com agregações destes animais que possam ser vistas por turistas. 
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Jamantas no "Ambrósio" (Foto: Eleutério)
Esta é uma das conclusões de um estudo que está a ser realizado por investigadores do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) da Universidade dos Açores, que marcaram cinco jamantas junto ao banco submarino 'Princesa Alice', a 80 quilómetros a sul/sudoeste do Faial. 

Até então, nos Açores, é em Santa Maria onde se observa a maior densidade de jamantas, nomeadamente no Ambrósio, local onde, não raramente, se observam conjuntos de algumas dezenas, o que tem deliciado os fotógrafos sub-áquáticos nos concursos nacionais e internacionais promovidos pelo CNSM, e os observadores ecoturistas,  clientes das empresas náutico-turistas da ilha. 


"É a primeira vez que se está a fazer este trabalho", afirmou Jorge Fontes, um dos responsáveis pelo estudo, em declarações à Lusa, acrescentando que se estão a usar pela primeira vez aparelhos de telemetria por satélite colocados no dorso destes animais. 

O biológo marinho salientou que as jamantas são uma espécie “pouco conhecida em todo o mundo”, o que aumenta o interesse desta investigação, cujos dados recolhidos já permitiram chegar a algumas conclusões. 

Uma delas é que as jamantas podem ter “potencial para serem exploradas comercialmente para o ecoturismo”, já que, frisou Jorge Fontes, “existem poucos pontos no globo onde há agregações” desta espécie suscetíveis de serem avistadas por turistas. 

As jamantas “permanecem algum tempo nos Açores”, especialmente durante o verão, e partem depois para sul, em busca de mais quentes. 

“Todos os animais que marcámos foram em direção a Cabo Verde e foi lá que as marcas se libertaram, ao fim de seis meses”, revelou Jorge Fontes, acrescentando que a informação recolhida permitiu conhecer melhor os perfis de mergulho, as velocidades de deslocação, a temperatura e a luminosidade das águas por onde passaram as jamantas. 

Para este investigador, é necessário encontrar formas de “conservação e gestão” desta espécie, que não passem apenas por medidas de âmbito regional ou nacional, já que as jamantas não residem apenas nos Açores. 

“Se tivermos como objetivo protegê-las das ameaças, seja da pesca dirigida ou acidental ou da eventual pressão do ecoturismo, isso não pode ser feito exclusivamente dentro das fronteiras dos Açores, terá de ser feito de uma forma mais abrangente”, afirmou. 

Jorge Fontes alertou que as jamantas são muito vulneráveis, porque apresentam uma “longevidade relativamente grande e taxas de crescimento e fecundidade baixas”. 

“Em regra, têm uma cria por cada fêmea e, em situações excecionais, poderão ter duas crias”, salientou, concluindo que estas características colocam as jamantas num “patamar de vulnerabilidade muito elevado”. 

Apesar de a imagem das jamantas ter estado associada a animais perigosos para o homem, Jorge Fontes assegurou que estes animais “são inofensivos” e até “dóceis”. 

“Os seus hábitos alimentares não incluem mergulhadores”, ironizou, recordando que as jamantas “não têm dentes” e alimentam-se de plâncton e pequenos peixes, não constituindo risco para os humanos. 

ESTE ESTUDO VEM REAFIRMAR O POTENCIAL DE SANTA MARIA, NA OFERTA NAÚTICO-TURÍSTICA, NOMEADAMENTE NO MERGULHO DE OBSERVAÇÃO E FOTOGRAFIA. 

Fonte consultada: Lusa/fim

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