CENTRO DE RECUPERAÇÃO DE AVES PRECISA-SE NO GRUPO ORIENTAL DOS AÇORES
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O conhecido cidadão Mário Fernandes muito ligado ao mar e conectado ao bem-estar animal em Sta Maria, junto com o seu filho entregaram ao CADEP-CN, uma ave marinha, que resgataram, encontrando-se aparentemente ferida, uma vez que não levantava voo.
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Depois de uma avaliação geral e preliminar da nossa parte ao "sistema alado", sem se ter verificado problema de maior à vista, foi posteriormente avaliada pelo veterinário protoculado com o PNI, tendo-se concluido pela existência de micro-fraturas, impeditivas de voltar a voar normalmente e de se alimentar de forma autónoma. Face à gravidade da situação, e sem se ter pespetivas de evolução com os meios disponíveis, decidiu-se não esperar mais tempo e optou-se pela eutanásia da ave (morte suave e indolor), a fim de se evitar mais tormentos desnecessários.
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Segundo informação que solicitei ao ornitólogo Joel
Bried era uma gaivota-de-patas-amarelas Larus
michahellis atlantis, avaliada como sendo um sub-adulto (essa avaliação resulta de se
visualizar ainda as pequenas coberturas superiores imaturas: tratam-se das
pequenas manchas acastanhadas no pulso esquerdo) e está a mudar para a plumagem
de Inverno adulta; a plumagem corresponde ao quarto Inverno (quer dizer, deve
ter eclodido na Primavera de 2010). Se não estou enganado o Joel fala em mudança para plumagem
invernal devido os risquinhos na cabeça típicos da nossa subespecie Açoreana.
Mas, não estou muito seguro na caraterização dessas gaivotas, que se apresentam
com várias “roupagens”, consoante a
evolução do seu amadurecimento.
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Situações semelhantes ao que sucedeu a esta ave, já conteceu com alguns cagarros e com um milhafre e uma garça-real, que resgatamos no ano passado, aos quais nós, o PNI e o veterinário deram o seu melhor, mas como os recursos e as especialização específicas não são os desejáveis, ficamos sempre com a sensação de que mais poderia ser feito, se houvesse um centro de recuperação de aves especilizado aqui mais perto, no Grupo Oriental dos Açores.
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Aqui fica o apelo, pois o único centro de recuperação de aves que existe na Região fica a mais de 650 Km, no Corvo, e as aves ao serem enviadas para lá, morrem no caminho, como já conteceu, em virtude da enorme distância.
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Consideramos que a construção de mais um Centro de Recuperação de Aves Selvagens, aqui no outro extremo dos Açores (por que não em Sta Maria) daria uma resposta adequada e mostraria então "a enorme importância" que as autoridades regionais atribuem à preservação das espécies" e um vivo e efetivo "sinal que queremos dar em relação ao respeito e interesse que as espécies biológicas dos Açores nos merecem e ao conhecimento que disso queremos que as pessoas tenham no exterior", conforme foi expresso pelo então Presidente do GRA, aquando da inauguração do Centro do Corvo. (Ler AQUI)
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* José Andrade Melo
CADEP-CN e Amigos dos Açores, Sta Maria
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