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10 de setembro de 2013

FRUIÇÃO DO PR3-SMA: SANTA BÁRBARA - SOL NASCENTE- “ENTRE A SERRA E O MAR””

“CAMINHADA DA AUTONOMIA” COM 53 PEDESTRIANISTAS
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No Passado dia 20 de maio “Segunda-feira do Espírito Santo e Dia da Autonomia”, decorreu a 7ª Atividade do Projeto “Pedestrianismo e Ambiente de mãos dadas” promovido pelo NPA-Gonçalo Velho, CADEP-CN e Amigos dos Açores Sta Maria, com a participação de 53 simpáticos(as) e interessados (as) pedestrianistas, que ao longo do percurso de interpretação do património-cultural e natural, mostraram sempre vivo interesse pelas explicações, disciplina exemplar,  e uma boa disposição contagiante, considerando-os , por isso, “pedestrianistas de primeira”, que dá gosto acompanhar e estímulo para continuar.
À semelhança das anteriores, esta atividade foi inserida na Campanha Bandeira Azul da Europa para as zonas balneares de Sta Maria.
O Dia da Autonomia, que denominou a caminhada foi enfocado, antes do início do percurso, assim como feita uma resenha histórica da tradição dos Impérios, que também são destacados no mesmo dia, tendo o grupo terminado a actividade com a degustação de umas saborosas sopas do Espírito Santo, no lugar de Sto António.
O percurso de interpretação cultural e ambiental  escolhido foi o PR-3: Santa Bárbara – Sol Nasente “Entre a Serra e o Mar, criado pelo CADEP-CN, no ano de 2001, no âmbito do Projeto “Itinerários Ambientais”, recordando-se que no ano precedente (2000) concebeu o PP “Vila do Porto – Figueiral-Prainha- Praia Formosa” e no subsequente (2003) o PP “Sto Espírito – Lapa – Maia”.
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Nesta “Caminhada da Autonomia”, demos uma nova versão ao PR3-SMA, fazendo-se modificações interessantes, em relação à sua versão homologada.
As centralidades (pontos de interesse) dadas ao percurso foram as seguintes:
- Centro da freguesia de Sta Bárbara (Casas típicas, Igreja, Impérios…), Moinhos de Vento do Arrebentão, Geossítio do Poço da Pedreira, Chafariz do Barreiro, Casa Rural Mariense, Panorâmica da Colina Norte de S.Lourenço, Costa da Ponta dos Matos, Mata da Estação LORAN, Lugar do Norte, Meandos e Cascata da Ribeira do Amaro, Lagos e Colina panorâmica sobre Sta Bárbara. A flora endémica, avifauna e vários aspectos geológicos e geomorfológicos também  foram enfocados e explicados ao longo do percurso.
Características/informações do PR3-SMA homologado:
Tipo de percurso “circular” (Começa e acaba no mesmo ponto); Distância de 9,5 Km; Grau de dificuldade médio (planura predominante, alguns declives suaves e 2 declives mais acentuados e Duração aproximada de 3h 30m.
Abaixo, apresenta-se a descrição sumária da freguesia de Santa Bárbara e das suas riquezas  paisagístico-ambientais, destacando-se os elementos do património natural e cultural constantes do percurso.
O percurso pedestre foi traçado pelo CADEP-CN na parte Oriental da Ilha -Freguesia de Santa Bárbara -, no âmbito do Projeto “Itinerários Ambientais”, tendo como título/slogan: “CONHECER PARA AMAR E PRESERVAR”.
Santa Bárbara, por se situar na parte mais a Nascente de Santa Maria e de todo o Arquipélago, também é conhecida por Freguesia do “Sol Nascente”, onde primeiro nasce o Sol (cerca de 20 minutos mais cedo do que nas Flores: – ponto mais Ocidental).
Situada num pitoresco vale, fronteira a Norte e Este com o mar, a Sul com a freguesia de Santo Espírito e o resto com S.Pedro: -- um verdadeiro recanto de quietude e riqueza paisagístico/ambiental, entre “a serra e o mar”.
A localidade é marcadamente rural, imperando o bucolismo, onde o salpicado da casa típica mariense bordada de “azul-anil” nas suas “vistas”, lhe dá um rosto de “presépio” e a marca de um povoamento disperso, sem paralelo na Região.
As suas mais retumbantes panorâmicas são, sem dúvida, a singular baía de S.Lourenço e a vista geral do seu povoado, onde a vegetação, o mitigado de montes e vales, que caracterizam o seu relevo, a casa rural mariense, alguns chafarizes antigos e moinhos de vento (necessitando de recuperação) são pontos fulcrais.
Este percurso pedestre de traçado circular, é muito rico e variado,  relevando-se ao longo do seu itinerário e particularmente nos seus 9 postos de paragem (centros de interesse), aspectos do património edificado, costumes e tradições, aspectos geomorfológicos, aspectos florísticos e faunísticos de maior interesse, para além da contemplação de singulares paisagens.

O percurso pedestre, com cerca de 9,5 km e grau de dificuldade médio, tem começo, no centro do povoado, junto da sua Igreja Paroquial, de invocação a Santa Bárbara, construída no início do séc. XVI. (Posto 1)
Sobe-se a Canada dos Atoleiros, fazendo-se a primeira paragem junto das ruínas de dois moinhos de vento, no lugar do Arrebentão: -- marcos do passado de grande utilidade social, e que dão um cunho especial à paisagem. (Posto 2)
Um pouco mais adiante, será contemplado o geossítio do “Poço da Pedreira”, que para além de uma interessante retenção de água, apresenta uma alta pedreira de rocha vulcânica vermelho-acastanhada, com bastante interesse geomorfológico. Ainda deste local, se poderá desfrutar da paisagem de um bonito e verdejante vale. (Posto 3)
Entra-se de seguida na estrada da Terra Velha, que desembocará junto de um chafariz antigo, abastecido por uma nascente, de onde se fornecia a população do Barreiro.(Posto 4)
Mesmo ao lado, pode-se começar a aguçar o apetite sobre a Baía de S.Lourenço, observando-se uma vista parcial, do lado Sul, salientando-se o seu ilhéu, famoso pela existência de uma gruta com estalactites.   
Percorre-se mais uns quatrocentos metros e chega-se ao topo de uma colina, que nos oferece à vista Uma das maiores retumbância paisagísticas dos Açores”, no dizer do monografista Guido de Monterey. De um miradouro do lado oposto (Espigão), disse Mário Soares: “É uma paisagem singular em todo o mundo...leva-nos ao deslumbramento, conduz-nos à contemplação”. (Posto 5)
Saindo deste miradouro espectacular, direcciona-se a caminhada para o posto seguinte: -- Ermida de Nossa Senhora do Lurdes, no Norte da Ilha.
O adro desta ermida constitui miradouro sobre umas das paisagens rurais mais belas da Ilha, mitigada de terra e de mar, onde a dispersão da casa típica mariense e o bonito Ilhéu das Lagoínhas, são presença marcante. (Posto 6)
Na descida para o Posto 7 são proporcionados alguns aspectos de interesse geomorfológico, decorrentes de depósitos de aluvião e sedimentos. Ainda, na mesma descida, é obrigatória a paragem num miradouro para visualizar um profundo vale, onde a Ribeira do Amaro faz uma queda em cascata, com cerca de 60 metros, serpenteando, de seguida, em interessantes meandros, até chegar ao mar. (Posto 7)
Continuando o percurso, passamos por um caminho húmido ladeado por vegetação endémica e primitiva dos Açores, atravessa-se uma ribeira e entramos no vale de Lagos, denominação advinda dessa presença de água. Aqui a casa rural mariense é de novo evidenciada, podendo observar-se também uma antiga escola da tipologia “Plano dos Centenários”. (Posto 8)
Depois da travessia dos Lagos, entra-se no lugar do Covão da Mula, podendo-se observar várias espécies vegetais e algumas aves, até se fazer mais uma paragem para se visualizar e fotografar a bonita panorâmica do centro de Santa Bárbara, no lugar da Boavista. (Posto 9)
Volvidos mais ou menos duzentos metros, os pedestrianstas chegaram ao local da partida, cansados sem dúvida, mas certamente deliciados e imbuídos da plena essência do título e slogan deste percurso pedestre, aquando da sua conceção: -- “CONHECER, PARA AMAR E PRESERVAR”.
Os objetivos base do Projeto, que são a promoção da saúde e o são convívio, aliados à Interpretação do Património-Cultural e  Natural de Sta Maria, foram plenamente conseguidos com este excelente grupo de pedestrianistas, que muito apreciaram o itinerário e as nuances de traçado que lhe demos.
Os nossos agradecimentos a todos os participantes pelo interesse; á Junta de Freguesia de Sta Bárbara pela limpeza de uma parte do trilho; à empresa “Mantamaria”, pela disponibilidade de apoio nos transportes, aos ajudantes do “Jantar do Espírito Santo dos Lavradores”, pela simpatia e bom servir das “sopas” aos elementos do grupo.
Resta-nos mostar um vivo e justo enaltecimento ao Márcio Costa do Gonçalo Velho, pela competência na logística, e aos dois grupos de jovens do CADEP-CN, que, nos dois dias anteriores, fizeram a “batida” de terreno e melhoria de alguns troços, facultando a sua transitabilidade sem “picadelas” nem “lameiros” de maior.
 

* José Andrade Melo
  Coordenador do NPA-Gonçalo Velho e do CADEP-CN
   Representante dos Amigos dos Açores em Sta Maria

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