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28 de setembro de 2013

PITEIRA (OPUNTIA-FICUS-INDICA)-UMA POTENCIALIDADE A EXPLORAR EM STA MARIA

Acredito que a produção dos figos-de-toneira pode ser rentabilizada. Aqui deixo o desafio!
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Foto: José Melo (CADEP-CN)

  Em Santa Maria as piteiras (toneiras) abundam de forma espontânea em terrenos mais estéreis e secos, como no Aeroporto, Anjos e encosta do Figueiral, mas noutros lugares do mundo que fazem a sua rentabilização económica, elas são cultivadas, como acontece no Alentejo, o que também poderá acontecer cá na ilha, para sua expansão. E como se cultiva? “Um hectare desta suporta entre 600 a 800 plantas, dependendo do relevo do terreno”,  sendo que o seu cultivo se faz por meio de poda (estaca).  
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Um hectare de Piteiras (toneiras) ou figueiras-da-índia, como são conhecidas noutras paragens, tem um baixo investimento e a sua manutenção é pouco exigente. Começa a dar frutos ao segundo ano e atinge a sua maturidade aos sexto/sétimo anos, podendo  um hectare produzir 15 a 20 toneladas de frutos, que em  

 As podas (palmas) devem ter entre um a três anos e serem cortadas e guardadas em lugar seco e sombreado, aproximadamente 20 a 30 dias, de modo a que o corte possa cicatrizar antes de ser plantado.  

O melhor período para plantar é de outubro a abril, mas se for de regadio, o que não será necessário em Santa Maria, poderá plantar-se em qualquer altura do ano. 
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Foto: Diário do Alentejo
 A colheita do fruto, normalmente dá-se entre a primeira semana de agosto e a terceira semana de setembro, podendo variar um pouco de algumas regiões para outras, consoante as condições edafoclimáticas. E é na apanha que se devem ter atenções redobradas. Como se apanha, então, entre tantos picos o fruto? Com luvas ou tenazes apropriadas. Deverá também ter-se em atenção o vento, por causa dos picos, e proteger os olhos com óculos adequados.  

 Recorde-se que em muitos países do sul da Europa, países árabes e América Latina, entre outros, existe muito consumo em fresco e aproveitamento para diversos fins alimentares, como compotas, sucos e outras bebidas.

   Recorde-se que em muitos países do sul da Europa, países árabes e América Latina, entre outros, existe muito consumo em fresco e aproveitamento para diversos fins alimentares, como compotas, sucos e outras bebidas. Mas, na verdade, neste cato quase tudo se aproveita. E quase tudo, porque só as raízes não. “A palma (folha) pode ser consumida como outro legume qualquer, como acompanhamento de uma refeição e/ou transformada em compota ou sobremesa e, claro, para forragens de animais”, explicam Mário Nunes e Sofia Cabanita, técnicos da APROFIT.  E as flores? “Após o processo de secagem, dão origem a um chá medicinal com imensas potencialidades e benefícios”. Por fim o fruto, que pode ser consumido em fresco ou transformado em compotas, doces, sumos, licores, entre outros produtos. Até as grainhas são utilizadas na indústria farmacêutica. “Tanto as indústrias farmacêutica como cosmética já usam esta planta para diversos fins medicinais e beleza”, afirmam Mário Nunes e Sofia Cabanita. 
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Foto: José Melo (CADEP-CN)
 Em Portugal a APROFIP (Associação de profissionais do aproveitamento dos figos da-índia portugueses) garante que “está a trabalhar para que produções dos seus associados tenham garantido o seu escoamento” e uma dessas medidas passa pela “introdução do figo-da-índia nas cantinas escolares, na restauração, nos hotéis, como fruto ou em sumos”. A exportação também é uma intenção a ser trabalhada, pela APROFIP.  

A APROFIP é uma associação que tem como fim o apoio técnico, jurídico e outros aos seus associados, no âmbito da implementação, manutenção, exploração e comercialização da Figueira-da-Índia (Opuntia Ficus Indica) e produtos derivados. 

Consideramos ser muito interessante e de toda apertinência que a a Associação Agrícola de Sta Maria e futuro executivo camarário, convide técnicos da APROFIT a virem a Sta Maria avaliar o potencial da ilha para a produção de figos-de-toneira (figos-da-índia), e protocularem apoio técnico no sentido da sua rentabilização, assim como acordos de parceria no seu escomento futuro. 

DESCRIÇÃO DA PLANTA E DO FRUTO

Nome popular: Piteira, toneira ou figueira-da-índia

Nome científico: Opuntia ficus indica

É um cato suculento, ramificado, de porte arbustivo, com altura entre 1,5–3 m, ramos clorofilados achatados, de coloração verde-acinzentada, mais compridos (30–60 cm) do que largos (6–15 cm), variando de densamente espinhosos até desprovidos de espinhos. As folhas são excepcionalmente pequenas, decíduas precoces. As flores são amarelo ou laranja brilhantes, vistosas. Os frutos são amarelos-avermelhados, suculentos, com aproximadamente 8 cm de comprimento, com tufos de diminutos espinhos. A reprodução, faz-se por semente ou vegetativamente.

O seu fruto é conhecido, em Santa Maria por figo-de-toneira ou de tabaia e noutros lugares por tabaibo, tuna ou figo-da-Índia. A sua polpa é suculenta e tem alto teor de fibras, vitamina A e ferro.

* José Andrade Melo
   CADEP-CN e Amigos dos Açores, Sta Maria 

 Fontes consultadas:

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