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31 de março de 2014

ESTRELINHA DE SANTA MARIA PRECISA DE PLANO INTEGRADO DE CONSERVAÇÃO

DEFENDE O COORDENADOR DO CADEP-CN 
EM ENTREVISTA À AGÊNCIA LUSA
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A estrelinha de Santa Maria, que possui o nome científico de ‘regulus regulus sanctae-mariae’, é exclusiva daquela terra e vive em zonas dispersas na ilha, concentrando-se mais na zona do Pico Alto e no Barreiro da Faneca
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A ave mais pequena da Europa, a estrelinha de Santa Maria, nos Açores, corre o risco de extinção devido ao seu confinamento territorial e à degradação do seu habitat, encontrando-se na lista dos 13 vertebrados mais ameaçados do país.

Contatado pela Agência Lusa, referiu José Melo (Coordenador do Clube de Amigos Defensores do Património de Santa Maria, que “é o próprio Instituto Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (INCNB), que plasma a estrelinha de Santa Maria [ou estrelinha de poupa] com o estatuto de criticamente perigo de extinção”.

A estrelinha de Santa Maria, que se alimenta de insetos, vermes e aranhas, possui apenas oito a nove centímetros de comprimento e 12 a 14 de envergadura, é considerada importante no controlo biológico de algumas espécies e muito procurada no âmbito da atividade de ‘birdwatching’ (observação de aves).

José Andrade Melo explicou que a estrelinha de Santa Maria sofreu uma “regressão significativa” do seu efetivo nas duas últimas décadas, à semelhança do que aconteceu com o priôlo, devido à perturbação do seu habitat natural, o que certamente também teve consequência na redução dos alimentos e sucesso da nidificação.
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A estrelinha de Santa Maria, que possui o nome científico de ‘regulus regulus sanctae-mariae’, segundo o INCNB e o portal da biodiversidade dos Açores, é endémica da ilha (exclusiva), o que confirma José Melo, adiantando que por ter essa particularidade é tida como o “Ex-líbris ornitológico de Santa Maria, devendo ser promovida como atratividade especial nas atividades de Percursos Pedestres e do Birdwacting”, o que já vem sendo feito, através de um projeto de pedestrianismo a que está ligado e  nas atividades do Parque natural da ilha.” Defende também o conhecido ecologista que a Estrelinha de Santa Maria, pela exclusividade que detém, deverá ser valorizada como “imagem de marca do património natural da ilha”, tanto pelos serviço de ambiente como nos circuitos turísticos.

Informa também José Melo que a ave pode ser avistada em zonas dispersas na ilha, concentrando-se mais na zona do Pico Alto e no Barreiro da Faneca. Prefere os espaços com arbustos que contenham espécies da laurissilva (floresta húmida subtropical apenas existente na Macaronésia) para pernoitar e nidificar.

“O facto de a ave estar confinada a um espaço tão diminuto em termos territoriais, como é a ilha de Santa Maria, por si só já é merecedora do estatuto especial de conservação e da obrigação política e científica de criação de um projeto integrado e profundo de salvaguarda, que englobe estudos mais abrangentes, estratégias e plano de ação”, defendeu José Andrade Melo, frisando que “assim o exige o Princípio da Precaução”.
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Há dois anos, o Clube de Amigos Defensores do Património de Santa Maria e a representação local da associação ecologista Amigos dos Açores, com o apoio de várias entidades, ONGAS e centenas de cidadãos propuseram ao Governo Regional que a estrelinha de Santa Maria fosse designada "a ave de 2012", visando alertar para a sua existência e perigo de extinção.

A proposta foi feita ao então secretário regional do Ambiente, a quem sublinharam a necessidade de realizar um plano de salvaguarda da estrelinha, através de uma equipa multidisciplinar.
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Segundo José Andrade Melo, “houve aceitação governamental” da proposta de conservação da espécie, mas “até hoje, para além da promessa, o que houve foi apenas um estudo de inventariação do seu habitat preferencial”, por parte de um dedicado jovem mariense, faltando uma “maior envolvência, transversalidade e profundidade de estudos de especialistas de ornitologia, botânica e entomologia”, áreas, que, segundo afirma, “estão ligadas à Estrelinha, em termos taxonómicos, de habitat e alimentares.”

“Em termos de quantitativo do efetivo populacional, ainda falta um apuramento mais claro e rigoroso, tendo-se plantado, entretanto, uma pequena mancha de árvores preferenciais da estrelinha, na zona do Pico Alto, com vegetação endémica, o que é manifestamente insuficiente”, face às exigências do plano integrado e continuado, que se defende”, considerou o ambientalista.

José Andrade Melo defendeu, para a Estrelinha endémica de Santa Maria, além de um estudo que quantifique o seu real efetivo populacional, uma elencagem das suas reais ameaças, a definição de estratégias e um plano de ação, à semelhança do que foi desenvolvido para o priôlo, ave endémica da ilha de São Miguel, frisando a salvaguarda das devidas especificidades.

Terminou, dizendo que “tem o sonho de ver no terreno especialistas a fazer os estudos e a desenvolver o plano de ação, do projeto que defende para a Estrelinha, à semelhança do que está a ser feito em S.Miguel, e também para outras aves nas ilhas do grupo Ocidental, associando-se a conservação da biodiversidade à criação de postos de trabalho.”

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela agência Lusa
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28/10/2014
Fonte: Agência Lusa/Naturmariense

Outros jornais que fazem referência à notícia:
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http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/ultima-hora/ave-mais-pequena-da-europa-vive-nos-acores-e-corre-risco-de-extincao

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