DEFENDE O COORDENADOR DO CADEP-CN
EM ENTREVISTA À AGÊNCIA LUSA
EM ENTREVISTA À AGÊNCIA LUSA
-
-

Contatado pela Agência Lusa,
referiu José Melo (Coordenador do Clube de Amigos Defensores do Património de
Santa Maria, que “é o próprio Instituto Nacional de Conservação da Natureza e
da Biodiversidade (INCNB), que plasma a estrelinha de Santa Maria [ou
estrelinha de poupa] com o estatuto de criticamente perigo de extinção”.
A estrelinha de Santa Maria, que
se alimenta de insetos, vermes e aranhas, possui apenas oito a nove centímetros
de comprimento e 12 a
14 de envergadura, é considerada importante no controlo biológico de algumas
espécies e muito procurada no âmbito da atividade de ‘birdwatching’ (observação
de aves).
José Andrade Melo explicou que a
estrelinha de Santa Maria sofreu uma “regressão significativa” do seu efetivo
nas duas últimas décadas, à semelhança do que aconteceu com o priôlo, devido à
perturbação do seu habitat natural, o que certamente também teve consequência
na redução dos alimentos e sucesso da nidificação.
-

Informa também José Melo que a
ave pode ser avistada em zonas dispersas na ilha, concentrando-se mais na zona
do Pico Alto e no Barreiro da Faneca. Prefere os espaços com arbustos que
contenham espécies da laurissilva (floresta húmida subtropical apenas existente
na Macaronésia) para pernoitar e nidificar.
“O facto de a ave estar confinada
a um espaço tão diminuto em termos territoriais, como é a ilha de Santa Maria,
por si só já é merecedora do estatuto especial de conservação e da obrigação
política e científica de criação de um projeto integrado e profundo de salvaguarda,
que englobe estudos mais abrangentes, estratégias e plano de ação”, defendeu
José Andrade Melo, frisando que “assim o exige o Princípio da Precaução”.
-
Há dois anos, o Clube de Amigos
Defensores do Património de Santa Maria e a representação local da associação
ecologista Amigos dos Açores, com o apoio de várias entidades, ONGAS e centenas
de cidadãos propuseram ao Governo Regional que a estrelinha de Santa Maria
fosse designada "a ave de 2012", visando alertar para a sua existência
e perigo de extinção.
A proposta foi feita ao então
secretário regional do Ambiente, a quem sublinharam a necessidade de realizar
um plano de salvaguarda da estrelinha, através de uma equipa multidisciplinar.
-

“Em termos de quantitativo do
efetivo populacional, ainda falta um apuramento mais claro e rigoroso, tendo-se
plantado, entretanto, uma pequena mancha de árvores preferenciais da
estrelinha, na zona do Pico Alto, com vegetação endémica, o que é
manifestamente insuficiente”, face às exigências do plano integrado e
continuado, que se defende”, considerou o ambientalista.
José Andrade Melo defendeu, para
a Estrelinha endémica de Santa Maria, além de um estudo que quantifique o seu
real efetivo populacional, uma elencagem das suas reais ameaças, a definição de
estratégias e um plano de ação, à semelhança do que foi desenvolvido para o
priôlo, ave endémica da ilha de São Miguel, frisando a salvaguarda das devidas
especificidades.
Terminou, dizendo que “tem o
sonho de ver no terreno especialistas a fazer os estudos e a desenvolver o
plano de ação, do projeto que defende para a Estrelinha, à semelhança do que
está a ser feito em S.Miguel, e também para outras aves nas ilhas do grupo
Ocidental, associando-se a conservação da biodiversidade à criação de postos de
trabalho.”
*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo
ortográfico aplicado pela agência Lusa
----------------------------------------
28/10/2014
Fonte: Agência Lusa/NaturmarienseOutros jornais que fazem referência à notícia:
-
-
-
-
-
-
-
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/ultima-hora/ave-mais-pequena-da-europa-vive-nos-acores-e-corre-risco-de-extincao
Sem comentários:
Enviar um comentário