QUEM MALTRATA ANIMAIS É POTENCIAL AGRESSOR DE PESSOAS
Estudo comprova que pessoas que maltratas e assassinam
animais são potenciais agressores e assasinos de pessoas

Através de várias investigações
levadas a cabo pelo FBI, chegou-se à conclusão que cerca de 80% dos homicidas
começam a tecer os seus mantos criminosos matando animais. Um dos casos mais
horrendos que revela o paralelismo entre a crueldade com animais e a crueldade
com humanos é, provavelmente, o dos dois jovens serial-killers que ficaram
conhecidos como os maníacos de Dnepropetrovsk: os comportamentos bárbaros de
Viktor Sayenko e Igor Suprunyuck principiaram-se com tortura extrema contra
animais, resultando na morte deles. Insatisfeitos com o sadismo que aplicavam,
decidiram expor os seus actos na rede, publicando fotografias de cães e gatos enforcados,
posando frequentemente ao lado das vítimas numa postura zombeteira.
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Não demoraram muito em substituir
os animais pelos humanos. Dos alegados vinte e um assassinatos cometidos
chegaram a filmar um, cuja gravação pode ainda ser encontrada na internet. No
vídeo, é possível ver um deles a golpear brutalmente a vítima na cabeça,
perfurando-lhe postumamente o corpo com uma chave-de-fendas. O riso que deixam
escapar ocasionalmente sufoca ainda mais o ambiente macabro protagonizado.
Sergei Yatzenko tinha 41 anos.
Para além de desfigurarem as
vítimas com golpes de martelo ou com uma barra de ferro, os dois jovens
costumavam mutilá-la arrancando os olhos, cortando orelhas ou eviscerando-as,
exactamente como faziam com os animais.
Viktor Sayenko e Igor Suprunyuck
acabaram por ser condenados à prisão perpétua: a crueldade com animais também
foi listada em ambas as condenações.
Notificação: a Quebra do Silêncio
não publica imagens violentas, cujo conteúdo denuncie tortura e/ou morte de
animais, e muito menos divulga vídeos snuff. Caso deseje comprovar a veracidade
do caso dos maníacos de Dnepropetrovsk pode aceder aqui. Aviso importante:
contém imagens chocantes, capazes de ferir a susceptibilidade.
O abuso contra animais não deve
ser ignorado, mas encarado como uma manifestação de agressividade latente que
pode evoluir para um comportamento violento contra humanos. Proteger os animais
é proteger as pessoas: a urgência de uma verdadeira lei que penalize os
maltratos e a morte de animais constituirá uma barreira de segurança no seio da
sociedade.
Relatos históricos bastante
antigos também ajudam a demonstrar o carácter instável de alguém que barbariza
e mata pessoas, assim como barbariza e mata animais:
Não foi por acaso que Vlad Tepes
inspirou Bram Stoker na criação do Drácula, personagem épica que ficou
imortalizada no nosso imaginário. O príncipe da Valáquia era popular pelo seu
sadismo sem limites, que exibia nas suas horas de almoço com requintes de
malvadez: Draculea tinha como hábito matar os seus inimigos por meio do
empalamento, deixando-os a agonizar durante horas ou até mesmo dias. As vítimas
sofriam ininterruptamente, enquanto o sol queimava-lhes a epiderme que ocultava
os seus órgãos a sucumbir ao sistema tortuoso.
Quando Vlad Tepes foi preso a
mando do rei Matthius Corvinus, em 1462, continuou com o seu passatempo
preferido, mutilando e torturando pequenos animais que conseguia capturar na
sua cela. Pássaros e camundongos acabavam decapitados ou esfolados e depois
soltos, embora muitos fossem empalados em pequenas lanças improvisadas.
Vlad Tepes não foi o único a
descarregar a sua agressividade nos animais: Thomas Edison, o famoso inventor e
cientista, também protagonizou cenas lamentáveis por encontrar-se em guerra
aberta com o também inventor Nikola Tesla. O primeiro defendia o uso da
corrente contínua, e o segundo, o uso da corrente alternada. Este atrito
enfureceu de tal forma Edison, que este decidiu começar a electrocutar animais
para convencer o público dos perigos da corrente alternada. O vídeo que o
próprio gravou da electrocussão de Topsy, a elefanta, pode ser encontrado na
internet.
Os direitos dos animais ainda é
um tema calorosamente debatido que divide a opinião pública. Quem desconsidera
a existência dos direitos de animais não-humanos, no geral, argumenta que estes
não têm deveres, o que retira-lhes quaisquer privilégios. Coincidência ou não,
quando esta ideia foi filosoficamente enraizada no Humanismo, houve uma queda
de valores no que toca ao respeito pela natureza, desembocando também na
secundarização e falta de respeito pela
mulher, tendo nascido daí o Ecofeminismo.
* Ecofeminismo: “(…) um sistema
de valores, um movimento social e uma prática, mas também oferece uma análise
política que explora as relações entre o androcentrismo e a destruição
ambiental. É uma consciência que começa com a compreensão de que a exploração
da natureza está intimamente ligada com a atitude do homem ocidental para com
as mulheres e as culturas tribais, ou (…) que há um paralelismo no pensamento
dos homens entre o seu direito, por um lado, de explorar a Natureza e por outro
o uso que fazem das mulheres.”
(Janis Birkeland, Ecofeminism: Living Theory
and Pratice)
Ao
reflectir-se sobre esta filosofia no feminino (ou filosofia feminista, segundo
outras interpretações), é possível interligar a crueldade com animais aos casos
de violência doméstica. Pesquisas revelam a ligação entre os dois problemas
supratranscritos, alertando para o problema da violência exercida no seio
familiar, não só com as mulheres, mas também com as crianças e os idosos.*
*Rita de Cassia Garcia
Coordenadora do Controlo de Doenças SES/SP
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