É composta por uma grande casa
rural (antiga casa de quinta) constituída por habitação, ermida, corpo do
escritório, casa do alambique, cisterna, retrete e curral de porco.
A retrete, separada do complexo
habitacional, fica próxima da cisterna e está adossada ao curral do porco.
A cisterna, de planta retangular,
ocupa o espaço compreendido entre o embasamento do forno e o tardoz da ermida.
A ermida, com dedicação à Senhora do Monte, é
de planta retangular e nave única, estando adossada à empena esquerda da
habitação.
À direita da habitação situa-se o corpo do
escritório, de planta retangular, com um só piso implantado quase ao nível do
piso superior da habitação por assentar numa plataforma elevada.
Por baixo do alpendre existe um
nicho em arco de volta perfeita com uma pia de lavar roupa.
A casa do alambique, no rés-do-chão,
está adossada à empena direita do corpo do escritório.
Todas as edificações são construídas em
alvenaria de pedra rebocada e caiada.
As coberturas das edificações são
de duas águas em telha de meia-cana tradicional rematadas por beiral duplo na
fachada principal (excepto na capela). O corpo do alambique e o alpendre têm
cobertura de uma água.
O jardim da Quinta fica numa plataforma
elevada, onde se situa também o mirante, cujo acesso é efetuado por uma
entrada, com escadaria de pedra de cantaria, situada à direita do portão
principal. O muro que delimita o jardim, do lado da estrada, é em alvenaria (pedra de basalto), com estreitamento no último terço, para ser rematado no topo por telha de canudo tradicional.
No jardim, onde outrora havia um
grande dragoeiro secular, ainda existe uma imponente araucária, e alguns
dragoeiros mais recentes, entre outras espécies arbóreas.
O acesso à quinta faz-se por um pequeno largo,
contíguo à estrada regional, em forma de meia laranja, daí esta propriedade
também se conhecida popularmente pela “Quinta da meia laranja”. O bonito portal
é encimado por um frontão contracurvado onde se insere uma pedra de armas.
O portal abre para um terreiro de
planta retangular alongada, limitado ao lado direito pelas construções e pelo
muro do jardim e do lado esquerdo por um muro simples, encimando por pedras de
cantaria.
Junto ao portal, à esquerda,
situa-se o corpo das cocheiras, que fica encostado a uma antiga moagem de
cereais.
Ainda nas décadas de 60 e 70 o terreiro
da quinta era usado como espaço de espetáculos, onde eram assistidos os
tradicionais “dramas” e outras representações populares humorísticas,
nomeadamente pela altura das festas da freguesia de Almagreira. As cadeiras
para os espetáculos eram recolhidas das casas dos habitantes da freguesia, por
empréstimo, e transportadas às costas por grupos de dois jovens, enfiadas em
paus.
Os amplos espaços agricultáveis dentro do perímetro da quinta eram preenchidos outrora, por vinhas, pomares dispostos em "combros" (socalcos) até à ribeira e horta.
*Texto de José Andrade
Melo
Fontes consultadas: “Inventário do Património
do Concelho de Vila do Porto” (IAC), “S.Miguel e Sta Maria” (Guido de Monterey) e
Arquivo dos Açores.
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