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13 de abril de 2014

VISITA À QUINTA DE SANTA RITA OU DA FONTE DO MOURATO, EM ALMAGREIRA

No âmbito do projeto “Ambiente e Património Local – “Conhecer para valorizar e proteger”, que é o tema do PCT da turma dos 1º e 3º anos da Escola de Almagreira, os alunos e o CADEP-CN estudaram e depois foram conhecer a bonita e histórica “Quinta de Santa Rita”, que passo a apresentar.
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QUINTA DE "SANTA RITA" OU DA “FONTE DO MOURATO” 
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Trata-se de uma magnífica quinta que remonta ao século XVIII, pertença dos familiares do Senhor Ernesto Arruda. 

É composta por um solar antigo, com agumas modificações advindas dos restauros recentes, mas que continua uma imponente edificação histórica, com  socos e molduras de portas e janelas em cantaria, contendo adossado ao seu corpo a Ermida de Santa Rita ou da Senhora da Natividade. Na extensa área da quinta, existe um forno de cal e alguns anexos, outrora adstritos a funções agrícolas, como a adega, assim como um espaço de pomar e um bonito e amplo espaço verde com  “jardim de passeio”, destacando-se duas imponentes auracárias, entre outras espécies de vegetação. 
 

A Ermida terá sido erguida na primeira metade do século XVIII em cumprimento a uma promessa. Durante um forte temporal registado na ilha, a queda de um raio feriu gravemente o proprietário e matou um seu irmão. A esposa do proprietário prometeu erigir uma capela a Nossa Senhora, em intenção da recuperação do esposo, graça que, obtida, conduziu à sua edificação. 

É uma Ermida de planta retangular adossada à empena esquerda do antigo solar, proporcionando maior imponência e enriquecimento ao conjunto do edificado. 

 A fachada principal, delimitada por largos cunhais cujo embasamento se confunde com um soco moldurado e bojudo, parece incompleta na parte superior. Tem, ao eixo, um portal encimado por uma janela. O portal, rematado em arco abatido com uma concha em relevo no fecho, é ladeado por pilastras encimadas por pináculos encastrados. Os fustes das pilastras são almofadados e ladeados por grossas volutas. A janela tem moldura simples com verga curva. 

 A parte posterior da fachada lateral esquerda é encimada por um campanário (com arco de volta perfeita sobre impostas), não dispondo já do sino. 

 A construção é  em alvenaria de pedra rebocada e pintada de branco, com exceção do soco, dos cunhais, da moldura da janela e de parte dos elementos decorativos do portal que são em cantaria cinzenta da pedreira do Anal, bastante trabalhada. 

 No adro tem o chão em calçada tradicional de lajes de basalto, contendo uma araucária centenária e um robusto banco de em blocos de cantaria, que servia de mirante, para a família passar os finais da tardes de bom tempo, como era habitual nas quintas abastadas. A escadaria que liga o logradouro é em cantaria, com o espalo plano entre escadas em pedras roladas pelo mar.    

Conforme era hábito na ilha, nesta wermida era feita a celebração dos ofícios religiosos para a comunidade em determinados dias, conforme contrato dos abastados proprietários com os frades franciscanos. 
 
Os nosso agradecimentos pela autorização da visita à quinta e parabéns aos proprietários pelo bom estado de conservação da propriedade.
 

 Texto de José Andrade Melo
 Fonte consultada: “Inventário do Património do Concelho de Vila do Porto" (IAC)
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