No âmbito do projeto “Ambiente e Património Local – “Conhecer para valorizar e proteger”, que é o tema do PCT da turma dos 1º e 3º anos da Escola de Almagreira, os alunos e o CADEP-CN estudaram e depois foram conhecer a bonita e histórica “Quinta do Falcão”, que passo a apresentar.
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Construção do Séc. XVIII, a vistosa e extensa “Quinta do
Falcão, situada na freguesia de Almagreira, é uma propriedade contígua à
estrada regional, sendo o seu acesso através de um grande portal de caris
neoclássico.
Transposto o portal, um longo
caminho empedrado e ladeado por muros altos leva-nos até ao complexo de
edificações da quinta.
O edificado da quinta é
constituído por habitação, cavalariças, edifícios de apoio à atividade
agrícola, poço e mirante, onde os senhorios (normalmente as senhoras), no final
da tarde, saboreavam o chá de ervas aromáticas, o tradicional vinho abafado ou
licores caseiros e as iguarias da doçaria mariense, enquanto “miravam” a
paisagem e quem passava na estrada, recebendo aí as novidades do dia, através
dos transeuntes.
A habitação é constituída por
vários corpos de um e dois pisos organizados em torno de um pátio fechado e
formando um retângulo.
O chão do pátio, assim como as
escadas de acesso são de pedra de cantaria, o que lhe confere um cunho muito
rústico e nobre.
A habitação tem um largo balcão
ao longo de dois lados do retângulo (num deles com “conversadeiras” embutidas
no murete de proteção) e insere-se num complexo de pátios e recintos murados.
Todas as construções são em alvenaria de pedra
rebocada, sendo a habitação caiada com as molduras, as pilastras, os socos e as
faixas pintadas de almagre.
Os muros divisórios e as construções
de apoio são integralmente pintados de almagre, como era tradicional nas
propriedades da família Falcão.
As coberturas são de duas ou
quatro águas em telha de meia-cana tradicional, geralmente rematadas com beiral
duplo.
O poço situa-se num terreno inferior, perto do
balcão da habitação.
O mirante é também rebocado e pintado com cor almagre. Está inserido no muro de pedra seca que limita
a propriedade, junto à estrada, perto do portal da entrada na quinta.
Nesta propriedade existem três
imponentes araucárias, servindo uma delas para dar sombra ao mirante.
Texto: José Melo
Fonte consultada: "Arquivo
da Arquitetura Popular dos Açores".
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