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3 de junho de 2014

HOJE FOMOS SALVAR UM “FRULHO” (PUFFINUS BAROLI)

 AVE COM ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO “VULNERÁVEL”
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O Frulho salvo hoje (3 de junho), no lugar dos Anjos, pelo CADEP-CN foi resgatado ontem, ao final do dia, em Vila do Porto, após uma queda, certamente por desorientação.
Não foi observada na avezinha nenhuma lesão no sistema alado, tendo a mesma, depois de alguma hesitação, levantado voo em direção ao mar, fazendo-se assim mais um resgate com sucesso.
Devido ao declínio que sofreu nas últimas décadas, esta espécie é considerada vulnerável, estando inscrita no Livro Vermelho dos vertebrados de Portugal. (Ver AQUI)
 A sua população mundial totaliza menos de 10000 casais reprodutores.
A estimativa do tamanho da população açoriana fica à volta dos 500-100 casais reprodutores.

CONHEÇA O FRULHO
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Nome popular: Frulho e Pintainho
Nome científico: Puffinus baroli baroli  (Bonaparte 1857) 
É uma ave  endémica da Macaronésia

O frulho é uma pequena ave marinha apresentando um comprimento de 28-30 cm e um peso médio de 172 g o que é ligeiramente inferior à de um garajau. A cor da plumagem é preta nas partes superiores e branca nas partes inferiores. O frulho possui um bico escuro (com a mandíbula inferior azulada), longo e fino. As pernas são azuladas, com manchas pretas no tarso. O seu voo é essencialmente batido, sendo poucas as fases de deslizamento perto da superfície do mar.

Estas aves são silenciosas no mar, mas muito barulhentas quando chegam a terra, principalmente enquanto juvenis. Normalmente não seguem embarcações.
O seu voo é caracterizado por frequentes batimentos de asas.

Esta subespécie só nidifica nos Açores, Desertas, Selvagens e Canárias e apresenta um comportamento sedentário comparativamente aos outros procelariformes, não efectuando migrações de longas distâncias.

O frulho nidifica em todo o arquipélago, excepto na ilha Terceira (contudo a sua ausência desta ilha poderá reflectir um esforço de prospecção insuficiente). As posturas geralmente decorrem no início de Fevereiro e as crias saem do ninho no final de Maio-início de Junho. Os indivíduos ficam ausentes das colónias entre Junho e Setembro. No entanto, a maioria não se afasta das águas açorianas durante este período.

A introdução de mamíferos pelos Portugueses a partir do século XV e a exploração das aves para alimentação e extracção de óleo resultaram na diminuição drástica da população açoriana. As colónias açorianas de nidificação desta espécie localizam-se em pequenos ilhéus desabitados, situados em Santa Maria (ilhéu da Vila, 50 casais) e na Graciosa (ilhéus de Baixo e da Praia, 50 casais em cada ilhéu), mas também nas falésias inacessíveis das ilhas principais, com a excepção aparente da ilha Terceira. Os ninhos artificiais colocados no ilhéu da Praia (Graciosa) permitiram a nidificação de alguns casais em ninhos artificiais. Puffinus assimilis era considerado “escasso” na Europa. A revisão da taxonomia deverá resultar numa revisão do estatuto de conservação de Puffinus baroli também.

O Frulho não deve ser muito afectado pela pressão humana, uma vez que os seus ninhos são difíceis de localizar e pouco acessíveis. Tal como para as outras aves marinhas, as principais ameaças têm a ver com a presença de mamíferos introduzidos (ratazanas, gatos, furões) e de aves de presa extraviadas nas proximidades dos seus locais de nidificação.

Um estudo recente (Verónica Neves et al. em preparação) mostrou que os cefalópodes e os peixes juvenis Phycis sp. constituem a maior parte da dieta dos Frulhos do ilhéu da Vila durante a criação. Os Frulhos são mergulhadores eficientes, podendo chegar regularmente aos 15 metros de profundidade.
 Os resultados das análises de trajectos obtidos com geolocalizadores mostram que os adultos parecem permanecer na zona dos Açores durante o ano todo. Contudo, as colónias de nidificação são abandonadas entre Junho e meados de Agosto.

* José Melo
   CADEP-CN de Sta Maria
Fonte consultadas: "Aves dos Açores" e  Joël Bried – Biólogo
 Universidade dos Açores – Departamento de Oceanografia e Pescas  e “Aves dos Açores”

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