VAMOS APOSTAR NOS PRODUTOS REGIONAIS E REVITALIZAR OS NOSSOS QUINTAIS E QUINTAS TRADICIONAIS, PORQUE ESSAS PRÁTICAS TAMBÉM SÃO "DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL" E AJUDAM A COMBATER A "CRISE"
Estes títulos, embora chamem para dissertarmos sobre os vários quintais abandonados à volta das casas, onde se poderiam cultivar pequenas hortas familiares, e os bastos baldios em que se tornaram as muitas quintas da ilha e dos Açores, nos vamos ater à partilha de um artigo concludente e realístico, que retrata a extrema dependência alimentar dos Açores, em contradição com outros tempos, apelando às mudanças necessárias.
"As importações de frutas e vegetais nos Açores atingem valores que se situam entre os 20 e 30 milhões de euros por ano. A conclusão é do engenheiro agrónomo Oliveira Melo, com base num estudo que elaborou sobre o desenvolvimento da agricultura na Região, especialmente na ilha de São Miguel, entre 1975 e 2009.
Neste estudo é possível concluir que a produção de hortícolas e frutícolas caiu a pique naquele período de tempo e que os Açores, que no passado chegaram a ser uma região de exportação, agora dependem em larga escala do exterior para o consumo de produtos da terra.
“O que era transaccionável, como a fava que era comercializada no Japão à unidade, o inhame que se exportava para as colónias de emigrantes do Canadá e EUA, o ananás que se destinava ao mercado europeu e a laranja para Inglaterra, a chicória e a batata para Portugal continental, além de outras exportações, são hoje importações que, diariamente, entram na nossa Região”, lamenta o empresário agrícola.
Os exemplos desse declínio sucedem-se. A começar por culturas emblemáticas como o ananás: em 1975 a sua produção atingia as 3 mil toneladas, em 2009 foi apenas de 1770 (-41%). A produção de banana era de 3500 toneladas em 1975, diminuiu para 900 em 2009 (-74,29); a batata passou de 25900 toneladas para 1932 (-92,54%); e o chá de 200 para 33 toneladas (-83,50%). No caso da beterraba, a produção passou de 120 mil toneladas em 1975, para uma situação de informação inexistente em 2009. O mesmo cenário com a chicória (27500 toneladas em 1975); fava (2720 toneladas em 1975); feijão (750 toneladas em 1975); laranja (2200 toneladas em 1975); tabaco (820 toneladas em 1975), tremoço (1200 toneladas em 1975) e trigo (1200 toneladas em 1975). Depois de 1985, as culturas agroindustriais deixaram de ter um peso significativo na economia açoriana, mais precisamente a beterraba, tabaco, chicória, chá e ananás.
A ocupação do solo para a diversificação da agricultura baixou bastante no período em análise.Em contrapartida, assistiu-se a um aumento significativo na área da produção de forragens (como o milho de forragem), levando a um desequilíbrio entre a agricultura e bovinicultura. “Nos Açores continuam a produzir-se cigarros e cigarrilhas da melhor qualidade, só que com matéria-prima importada na sua quase totalidade.
Abacaxi e bananas provêm da América Central, fava e tremoço chegam do Chile, laranja da África do Sul e do Algarve e maçãs da Nova Zelândia”, enfatiza Oliveira Melo. Até a batata vem de fora numa quantidade de cerca de 6 mil toneladas por ano. E, “pasme-se, batata de França...” Afirma que os Açores estão cada vez “mais mergulhados na monocultura da vaca”, defendendo a necessidade de se produzir para auto-consumo, reduzindo, assim, as importações.
Oliveira Melo diz que o caminho a seguir é o da organização do mercado e dos produtores, beneficiando das vantagens do associativismo."
*PAULO FAUSTINO
In Açoriano Oriental
5 comentários:
Já ninguém quer sujar as maozinhas na terra, como diz o meu pai e até vão comprar salsa.
Agora com a crise alguns vão ter que voltar a plantar. A necessidade obriga.
Bjs Sandra
É preguicite aguda gente gente que tem quintais e até vai comprar salsa e hortelã, que dá sem precisar de randes trabalhos.
Vamos lá fazer essas hortinhas, porque o que diz aqui neste artigo é vergonhoso para os Açores.
Essa rapaziada nova nem sei se sabem o que é um sacho:))
Vivam os produtos açorianos!
Preguicite aguda.
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