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26 de março de 2013

CONCURSO “FLORESTA NO MEU OLHAR”, EM SANTA MARIA


JOVENS DO CADEP-CN VENCEM O 1º ESCALÃO 

No âmbito das comemorações do “Dia Mundial da Árvore”, o Serviço Florestal de Santa Maria promoveu o inédito Concurso fotográfico “Floresta no meu olhar”, aberto à participação de escolas e outras entidades. 

Segundo a entidade promotora, o Concurso teve como objetivos centrais “sensibilizar os jovens, por forma a  mobilizar os seus sentidos para a capacidade de observação a floresta e o meio ambiente que o rodeia, assim como incentivá-los a desenvolver e valorizar os mesmos de forma criativa”. 

Os concorrentes, de forma individual ou por equipas, com o máximo de 4 elementos, puderam apresentar até dois trabalhos relacionados com a floresta e sua relação/influência com o meio envolvente.

Por cada foto a cores ou a preto e branco era exigível um título e uma descrição sucinta do conteúdo. 

O CADEP-CN concorreu na categoria “Outras entidades”, tendo obtido o prémio revelação e os prémios dos três primeiros lugares, no escalão para menores de 14 anos.
 
Os prémios foram entregues em carimónia realizada no dia 21 de março – Dia Mundial da Floresta -, na sede dos Serviços Florestais de Santa Maria, tendo os vencedores recebido uma interessante placa gravada. Todos os participantes receberam diplomas e as entidades uma coleção de postais com plantas endémicas. 

Abaixo, apresenta-se os jovens vencedores do 1ºEscalão e os trabalhos premiados. 

Prémio revelação: João Vitor Braga Freitas 

 Título: “FLORESTA SUPORTE DE VIDA (HABITAT) DE OUTROS SERES VIVOS (ANIMAIS E PLANTAS)” 

Algumas árvores, inseridas no contexto de florestas, constituem ecossistemas, com ambiências particulares de sombra,  humidade, captação de insetos, disponibilização de matéria orgânica, entre outros fatores ambientais que são propícias e necessárias à ocorrência/existência e reprodução de outras espécies vegetais e animais. 

A foto revelação apresenta a endémica Estrelinha-de-santa maria (Regulus regulus-sanctaemariae), junto do seu ninho, cujo habitat preferencial para se fixar e nidificar é a floresta com espécies endémicas como urze, pau-branco, folhado, azevinho...). 

1º Prémio: Mariana Melo 

Título: “ÁRVORES COMO PATRIMÓNIO NATURAL ÚNICO DOS AÇORES”

As nossas florestas comportam algumas espécies arbóreas e arbustivas, que são únicas no mundo, ou seja são endémicas dos Açores, havendo em Santa Maria algumas delas.

São espécies que detém um código genético único a nível mundial e que, de forma espontânea, só nascem nos Açores, constituindo um verdadeiro património regional.
 
A foto premiada apresenta um bonito e imponente azevinho (Ilex Perado) existente na zona do Arrebentão, que já tinha sido classificado como “Árvores notável dos Açores” sob proposta do CADEP-CN, em 2012.

O Azevinho é um endemismo arbóreo dos Açores, que compõe a Laurissilva, destacando-se a “nossa árvore”, por se apresentar exposta, quase isolada, e junto a um talude de estrada, perto do Miradouro da Pedra Rija. Chama à atenção dos transeuntes (turistas e residentes) pela diferença em relação às outras árvores circundantes,  beleza da sua folhagem e frutos redondos e vermelhos. Para além desta relevância de atratividade este azevinho , apresenta, como que em exposição, uma das belas árvores do património natural genético dos Açores, configurando-se como o exemplo melhor “desenhado” (geometria e exuberância da copa) e de maior porte que conhecemos na ilha de Santa Maria. 

2º Prémio: Paulo Renato 

Título: “FLORESTA COMO REGULADORA DO CICLO HIDROLÓGICO” 

A mancha florestal, nomeadamente a de criptómérias existente em Sta Maria, contribui significativamente para a captação de nevoeiros e descarga de nuvens, fenómenos importantes de condensação que constribuem para a humidade dos solos e recarregamento de nascente e aquíferos. 


A foto premiada apresenta uma mancha florestal de criptomérias do Pico Alto, onde se podem ver a captação de nevoeiros e caida de pingos de água das árvores. 

3º Prémio : Evelina Silva 

Título: “ÁRVORES RARAS DE SANTA MARIA” 

A foto premiada apresenta o tronco de um enorme eucalipto (Eucalyptus globulus) na Quinta dos Arrudas (o maior diâmetro da ilha, com cerca de 2,5m), sendo necessárias 8 crianças para o “abraçarem”. Esta árvore, por apresentar esta compleição rara, foi classificada também como “Àrvore notável dos Açores”, em 2011, sob proposta do CADEP-CN. 

É uma árvore emblematicamente notável e de referência na vivência histórica da Quinta dos Arrudas e na comunidade de Almagreira, com o acrescento da  riqueza ecológica do seu porte, da imponência da espessura do seu tronco e longevidade.

Contaram os mais antigos que à sombra do enorme eucalipto, os trabalhadores da Quinta comiam os seus farnéis, durante a semana, e as senhoras da casa, nos fins de semana, juntavam-se para tomar o chá, conversar e fazer rendas.

 Era ali, nos bancos de madeira e pedra que lá havia, que o Senhor da casa se sentava para fazer os negócios do vinho, dos animais e da fruta e combinava os trabalhos da semana com o seu “feitor”. 

Todos os trabalhos premiados nesta e nas outras categorias serão expostos durante o ano, em diversos locais da ilha.

 -José Melo
  coordenador do CADEP-CN*
  *Clube dos Amigos e Defensores do Património-Cultural e Natural

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