QUE A LIÇÃO SIRVA DE MOTE PARA UMA MAIOR SENSIBILIDADE E RESPONSABILIDADE PÚBLICAS NA DEFESA DO PATRIMÓNIO LOCAL
Suscitado pela pertinente notícia saída numa publicação brasileira, atinente à divulgação da nossa casa típica mariense, que abaixo se reproduz, nos apraz fazer um comentário, na sequência, constando a nossa indignação, recomendações e reiteração de um apelo de logna data sobre a matéria.
-Carnaval 2012-Florianópolis |
“A Escola de Samba Consulado da cidade brasileira de Florianópolis, no último Carnaval, apresentou o enredo ATLANTIS INSULAE - AÇORIANO É SER DO MAR!. Uma das Alas desfilou com a fantasia "Ilha de Santa Maria a arquitectura das Chaminés".
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Adiantou, ainda, a notícia que foram Fernando Albalustro e Marcelo Machado os autores do "enredo" (lá longe a partir do Sul do Brasil, souberam identificar de forma clara o valor de um dos nossos mais importantes ex-líbris da nossa ilha), tendo deixado a seguinte questão: "Será que por lá já trajaram assim, valorizando esta preciosidade arquitetónica, de que nos chegou valioso legado ?"
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Felizmente, por cá, alguns já foram capazes de fazer o “mesmo” (ver fotos) mas, por serem muito poucos a fazê-lo e haver, ainda, uma insuficiente valorização local do importante ex-líbris mariense, conforme implicitamente expressa a questão, como defensores de longa data da Cara Rural Mariense, nos apraz dizer o seguinte:
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Carnaval 1998-V.Porto (Alunos de Sta Bárbara e do CADEP-CN) |
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É exigível das nossas entidades maior sensibilidade e responsabilidade nessa matéria, devendo ser tomada a verdadeira riqueza da ilha e a sua promoção turística, muito para além do produto “sol e praia”. valorizando-se também o campo e o património adstrito, como mais-valias de afirmação/diferenciação local e de atratividade de visitantes.
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É lamentável e indignante o arrepio que sentimos das entidades para avançar para um Plano de Salvaguarada da Casa Rural Mariense, sabendo-se que a mesma é um marco físico e paisagístico indelével e singular do património mariense; constitui uma imagem de marca da terra; é apreciada por todos os que nos visitam, sendo, sobejamente, reconhecido que é possível compatibilizar a traça típica com o conforto da atualidade.
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Dizer-se, que a casa mariense, está já salvaguardada no PDM, são argumentos à “pilatos”, pois as referências/orientações que contém são demasiado latas e não suficientemente rigorosas, para estancar a “crucificação” das mesmas, devendo engrossar-se o apoio público à exigência de uma Plano de Salvaguarda, específico para a nossa casa típica.
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Deverá a política cultural e de turismo do município como do governo, a par de outros produtos de animação e de fruição da natureza, não escamotear a salvaguarda, valorização e promoção daquilo que temos de original, único e diferente, em Santa Maria , sob pena de se “matar as galinha dos ovos de oiro”, caso se persista no seu desprezo e destruição, como vem acontecendo ano-após-ano, como a casa rural mariense, sem falar agora noutros marcos patrimoniais, como as azenhas, fornos de loiça e de cal, olarias, fortes, etc.
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Que a "lição" que veio do Brasil, constribua, de alguma forma, para suscitar sensibilidades, acender massa crítica maisa largada na defesa do nosso património, e resonsabilizar mais quem tem o dever de concretizá-lo.
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* José Andrade Melo, CADEP-CN, Sta Maria
3 comentários:
Excelente texto. Concordo plenamente, a casa rural mariense deve ter plano de proteção e um regulamente claro que defenda as suas características arquitetónicas únicas.
Meu Caro Amigo
O primeiro passo a dar é tentar acabar com a patetice, em que até historiadores caem, de dizer que a chaminé cilíndrica é influência de povoadores algarvios. O disparate é triplo. 1º, porque não estavam vulgarizadas as chaminés naquele tempo; 2º, porque não houve algarvios entre os povoadores de Santa Maria; 3º, porque as chaminés marienses nem sequer se parecem com as algarvias.
A Câmara Municipal deveria dar o exemplo, mas lamentavelmente o próprio guia turístico, feito por uma empresa micaelense, regista o disparate.
Um abraço do
Daniel de Sá
É vergonhoso que sejam os outros lá de bem longe a dar valor ao nosso património e aqui as entidades a deixarem que o mesmo seja destruido. Oxalá que vá avante mesmo o plano de proteção da casa rural como defendo o nosso ambientalista senhor José Melo, que deveriam dar mais ouvidos, antes que seja tarde de mais.
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