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5 de abril de 2012

PROJETO “Á DESCOBERTA DAS AVES” PROMOVIDO PELO CNSM FOI UM SUCESSO

A PAR DA FORMAÇÃO, AS POTENCIALIDADES DO BIRDWATCHING EM SANTA MARIA FORAM CONFIRMADAS
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O ornitólogo Carlos Pereira (ao centro)
À descoberta das Aves dos Açores”, foi o nome do projeto de sensibilização/formação para criar gosto e conhecimento atinentes à observação de aves, tendo sido promovido pelo Clube Naval de Santa Maria, de 26 de março a 1 de abril. 
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A condução das diversas atividades contou com o credenciado ornitólogo Carlos Pereira, autor do livro “Aves Dos Açores” e de diversas publicações de caráter científico sobre aves, criador/gestor do site "Aves dos Açores" e Coordenador Regional dos Açores no projeto "Atlas das Aves Invernantes e Migradoras de Portugal". 
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Do programa constaram três sessões teóricas, realizadas na sala de formação do CNSM e três saídas de campo, incluindo uma marítima. 
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As sessões teóricas incidiram sobre as temáticas “À DESCOBERTA DAS AVES DOS AÇORES: CONHECIMENTO E DIVULGAÇÃO” (dia 26/03/2012); “AS AVES DE SANTA MARIA E DOS AÇORES” (dia 28/03/2012) e “AS AVES MIGRADORAS QUE VISITAM SANTA MARIA E AÇORES” (dia 30/03/2012). 
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Observação do borrelho de coleira dupla
Na saída de campo do dia 31 de março, depois de uma breve passagem pela foz da Ribeira de S.Francisco, foi calcorreada uma vasta zona do Aeroporto, durante cerca de cinco horas, tendo-se observado alguns gorazes, na “lagoa do ginjal”, o que é raro nestas paragens; nas charcas da zona Sul, avistaram-se rolas-do-mar, borrelhos de coleira interrompida, borrelhos grandes de coleira completa e o raro e “famoso” borrelho de coleira dupla, que por ter a primeira nidificação da Europa ocorrido em Santa Maria, já constitui uma atratividade ornitológica da ilha.
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Palmilhados mais uns metros, já próximo da mini-lagoa a Oeste do Aeroporto, entusiasmou os birdwatchers- o avistamento de duas andorinhas-das-chaminés (ocorrência rara na ilha), e, já na lagoa, foi observado o perna-verde e a residente alvéola. De binóculos direcionados para o Ilhéu da Vila, avistaram-se algumas aves marinhas, terminando-se a jornada com a subida da Ribeira Seca, onde se observou o “ocasional” falcão-peneireiro, e o “nosso” milhafre, para além de vários passeriformes residentes. 
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Observação de rolas dos mar (Anjos)
No dia seguinte, começou-se pelos Anjos, tendo-se observado rolas-do-mar, tarambolas-cinzentas, alguns pilritos, e um maçarico-galego, que pacientemente pousou para o telescópio, até que todos os miúdos e graúdos pudessem apreciar em pormenor as suas formas e cores. Já na subida dos Anjos, fez-se uma paragem para observar um falcão-peneireiro, majestosamente pousado num poste. 
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À escuta do canto da estrelinha
A segunda parte da manhã foi dedicada à estrelinha de Santa Maria, à entrada do Barreiro da Faneca, tendo os participantes dedicado viva atenção e se deliciado com a audição do seu peculiar canto, e redobrado entusiasmo quando avistaram um exemplar, da Ave do Ano, nos Açores, por entre as ramagens. Ainda, nesta zona, junto à mini-lagoa do Pilar e matas adjacentes, foi facultada uma lição de destrinça dos diversos  cantos de aves residentes, como a toutinegra, o melro-preto, a caixinha, o canário-da-terra e o pintassilgo. 
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Foto: Luciana Magalhães (Baluarte)
Na tarde do dia 1 de abril, aconteceu outro ponto alto do projeto, com uma saída para o mar, dedicada á observação de aves marinhas, na ZPE do Ilhéu da Vila e Costa Adjacente. Os “birdwatchers navegantes” viram uma garça branca pequena, avistaram aves marinhas que são comuns no litoral e, já um pouco em mar aberto, tiveram o privilégio de observar um raft de cagarros, que se alimentavam em conjunto com os golfinhos, beneficiando da ação destes. 
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Relevo deste projeto a pertinência da sua promoção pelo CNSM, a qualidade técnico-científica do formador Carlos Pereira, o vivo interesse dos participantes, que mais do que em quantidade se apresentaram em qualidade em termos de sensibilidade ambiental, no convívio, na partilha e no querer saber mais sobre as aves. 
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Em termos de objetivos/resultados e efeitos multiplicadores, as ações saldaram-se na  facultação de maior conhecimento das aves residentes e daquelas que aportam ao nosso arquipélago, assim como na sensibilização para a sua proteção e valorização como objeto central do Birdwatching, oferta de turismo de natureza, que tem vindo a crescer na Região, servindo também este evento para afirmar o potencial ornitológico de Santa Maria, confirmar lugares mais propensos às observações de aves e promover a ilha como destino a ter em conta, nesta modalidade de turismo sustentável. 
Resíduos na "Lagoa do ginjal"
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Como nota final, decorrente da  nossa missão cívica e de ativismo ambiental, não poderemos abdicar da denúncia e expressar o nosso profundo lamento, pela existência de vários resíduos depositados junto à lagoa do Ginjal, que carece de uma requalificação ambiental, e um pouco polvilhados ao longo dos percursos no Aeroporto, nomeadamente pneus, sacos de adubo, “monstos domésticos” , arames resultantes da vedação das pistas, tubos de canalização de combustíveis e até um monitor de PC, lançado numa retenção de água. 
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Urge fazer-se estas remoções, apertar fiscalizações e encetar mudanças atitudinais para reverter estas nódoas ambientais, não compagináveis com o turismo de qualidade e da boa imagem ecológica que se almeja para Santa Maria e Açores. 

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*José Andrade Melo
  CADEP-CN e Amigos dos Açores, Sta Maria
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4 comentários:

Nazaré disse...

Projeto muito bom para melhor conhecimento das aves e cruiação de sensibilidade para a sua proteção, divulgando também uma oferta turística de qualidade para a ilha.

Renato "pró-vida" disse...

Muito bom mesmo. Vi o vídeo no poste de cima, mas agora que li esta reportagem com a notícia do que foi o projeto à descoberta das aves, fiquei maravilhado com esta iniciativa promotora da sensibilidade para com as aves e da sua observação como atração de visitantes, como está já a acontecer em outras ilhas.
PARABÉNS!

Felix Miguel disse...

Excelente projeto e bom artigo de divulgação. Espero que contribua para uma maior sensibilização para com as aves e conseguir mais observadores.

Anónimo disse...

Resíduos na "Lagoa do ginjal"

De facto, após a leitura das vossas imagens da lagoa do Ginjal, fica-se com a certeza que o desinteresse, o portunismo, a falta de fiscalização, de afetos e de amor, por um espaço que foi notável para o entretenimento, o convívio, a "pescaria" para aquário, foi-se. Nos anos 60 do século passado, eu e o meu irmão iamos até lá, no verão, passar o dia entre o almoço e a pescaria, com anzóis feitos de alfinete. Faziamos de base na sombra do único arbusto/árvore que existia e parece-me que ainda existe. Depois era correr as margens à procura de um peixe "vermelho" na companhia da brisa, do restolhar das rãs e do cantar dos pássaros. A lagoa era pura, límpida e fresca. Um lugar inesquecível e que ficará só para a memória se nãop se fizer algo para a recuperar - e isso pode ser possível, desde que se afaste lavradores, gente que deposita lixo. Uma vergonha, ficar assim. Não sei se o lugar é particular ou público, mas se for particular porque não formamos uma frente associada para a recuperação da loagoa do Ginjal, devolvendo-lhe a tranquilidade e a beleza de outrora. Um pequeno passo, simples, talvez. Mas mesmo que não o seja, é de fazer.