PETICIONÁRIOS FORAM OUVIDOS ONTEM, PELA COMISSÃO DOS ASSUNTOS SOCIAIS DA ALRA
No passado dia 29 de Maio, alguns
subscritores da petição que pede o Fim do Financiamento Público à tauromaquia
nos Açores estiveram presentes na sessão de Comissão de Assuntos Sociais da
Assembleia Regional.
A petição, que conta neste
momento com o apoio de 2.308 assinaturas, sendo uma das maiores alguma vez
entregues nos Açores, vai ser assim discutida proximamente em plenário da
Assembleia Regional.
A iniciativa tem como objetivo
conseguir o fim dos subsídios públicos dados a práticas tauromáquicas na
Região, entendo que no atual contexto sócio-económico, com tantas dificuldades
para a vida das pessoas e mesmo para assegurar os serviços públicos mais essenciais,
não faz sentido haver milhões de euros do erário público cedidos à tauromaquia
nos últimos anos nos Açores.
Os cidadãos que subscrevem a
petição assumem, ainda, a tauromaquia como uma expressão cruel, de
insensibilidade e de violência contra os animais que deseduca e em nada
dignifica a humanidade. Tendo em conta a realidade da ilha Terceira, onde estas
práticas podem ser consideradas uma tradição, os peticionários afirmam que as
tradições não são inamovíveis e que estas não podem ser defendidas quando
implicam o sofrimento e a tortura.
Os Peticionários chamaram também
a atenção dos deputados para a crescente consciencialização social sobre os
direitos dos animais e ambiente o que tem levado a um grande número de países,
regiões e municípios por todo o mundo a proibir a prática da tauromaquia e outros
espetáculos violentos com animais, apelando para que os Açores não fiquem atrás
neste caminho civilizacional, para que a imagem da Região fique associada ao respeito pelos valores naturais
e pelo bem-estar animal, aspecto de especial importância para fomentar um
sector estratégico para a Região como é o turismo de natureza.
Na discussão foi abordada a
fractura social que este tema produz nos próprios partidos, parecendo, no
entanto, haver consenso entre os deputados no que diz respeito ao excesso de
subsídios à tauromaquia num momento de grandes dificuldades económicas.
Anibal Pires, representante de
CDU, chamou a atenção para o cuidado que deve ser feito na utilização de
dinheiros públicos. Referiu também o facto das touradas não serem uma valia
económica para a Região, aliado ao sentimento cada vez mais alargado na
sociedade sobre a necessidade de acabar ou de mudar a realização destas
práticas.
Lamentou ainda o episódio ilegal
da Sorte de Varas na ilha Terceira, em Janeiro deste ano, financiado com
subsídios do governo regional.
Pelo Bloco de Esquerda, Zuraida
Soares, salientou que os espetáculos tauromáquicos, cuja existência é cada vez
mais criticada e repudiada pela sociedade, não conseguem subsistir sem apoios
públicos e que por uma tradição ser enraizada não significa que dignifique uma
sociedade.
Mostrou o seu total apoio à
petição, anunciando ainda a apresentação duma iniciativa legislativa nesse
sentido.
A petição, ainda pode ser assinada e acompanhada AQUI .
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