Herdámos ilhas com uma natureza
fantástica. É verdade que no passado muito se alterou e destruiu. Mas ainda
estamos a tempo de legar aos nossos descentes
ilhas ambientalmente sustentáveis, com o trunfo turístico que isso
constitui.
Qual o sentido de se aplicar
herbicidas sistematicamente nos caminhos públicos?
No Alentejo faz sentido a erva
aparecer seca. Nos Açores é suposto a erva ser verde e crescer. Os herbicidas
contêm moléculas sintéticas estabilizadas que permanecem muito tempo no
ambiente e que podem entrar na cadeia
alimentar chegando aos seres humanos.
Recordo-me das conversas com os
estrangeiros que vivem no Faial e de como se admiram com a facilidade com que
se adquirem herbicidas nos Açores. Das conversas com os operadores turísticos e
de falarem como os turistas se admiram de ver aplicar herbicidas. Da facilidade
com que se aplicam herbicidas nos locais públicos, por onde os nossos filhos
brincam e passeiam.
Não basta explorarmos a suposta
natureza intacta em que vivemos, teremos que perceber o que podemos e devemos
fazer para que assim continue a ser. Um local aprazível para se viver, com
saúde, e para receber turístas que procuram um local genuíno para descançar.
Um desenvolvimento sustentável
pressupõe deixar de explorar e passarmos a gerir, mantendo a qualidade a que
estamos habituados nos Açores. Não quero ter uma "exploração"
agrícola, mas sim uma produção agrícola integrada num ambiente equilibrado e
que permita a viabilidade da qualidade de vidas dos nossos filhos.
Nesse sentido, a partilha de
conhecimento sobre agricultura biológica e sustentabilidade é um contributo
para que todos possamos fazer melhor. Como substituir a palavra
"explorar" pela palavra gerir? Na "palavra" e na
"acção"! Quantas vezes perdemos oportunidades por não as agarrarmos?
O presente nos Açores pode ser uma oportunidade para o futuro.
In "Rede Açores Pro Bio"
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