Acredito
que a produção dos figos-de-toneira pode ser rentabilizada. Aqui deixo
o desafio!
--Foto: José Melo (CADEP-CN) |
-
Um hectare de Piteiras (toneiras) ou figueiras-da-índia, como são conhecidas
noutras paragens, tem um baixo investimento e a sua manutenção é pouco exigente.
Começa a dar frutos ao segundo ano e atinge a sua maturidade aos sexto/sétimo
anos, podendo um hectare produzir 15 a 20 toneladas de frutos,
que em
As podas (palmas) devem ter entre um
a três anos e serem cortadas e guardadas em lugar seco e sombreado,
aproximadamente 20 a
30 dias, de modo a que o corte possa cicatrizar antes de ser plantado.
O melhor período para plantar é de outubro a abril, mas se for de regadio,
o que não será necessário em Santa Maria, poderá plantar-se em qualquer altura
do ano.
-Foto: Diário do Alentejo |
A colheita do fruto, normalmente dá-se
entre a primeira semana de agosto e a terceira semana de setembro, podendo
variar um pouco de algumas regiões para outras, consoante as condições
edafoclimáticas. E é na apanha que se devem ter atenções redobradas. Como se
apanha, então, entre tantos picos o fruto? Com luvas ou tenazes apropriadas.
Deverá também ter-se em atenção o vento, por causa dos picos, e proteger os
olhos com óculos adequados.
Recorde-se que em muitos países do
sul da Europa, países árabes e América Latina, entre outros, existe muito
consumo em fresco e aproveitamento para diversos fins alimentares, como
compotas, sucos e outras bebidas.
Recorde-se que em muitos países do
sul da Europa, países árabes e América Latina, entre outros, existe muito
consumo em fresco e aproveitamento para diversos fins alimentares, como
compotas, sucos e outras bebidas. Mas, na verdade, neste cato quase tudo
se aproveita. E quase tudo, porque só as raízes não. “A palma (folha) pode ser
consumida como outro legume qualquer, como acompanhamento de uma refeição e/ou
transformada em compota ou sobremesa e, claro, para forragens de animais”,
explicam Mário Nunes e Sofia Cabanita, técnicos da APROFIT. E as flores? “Após o processo de secagem, dão
origem a um chá medicinal com imensas potencialidades e benefícios”. Por fim o
fruto, que pode ser consumido em fresco ou transformado em compotas, doces,
sumos, licores, entre outros produtos. Até as grainhas são utilizadas na
indústria farmacêutica. “Tanto as indústrias farmacêutica como cosmética já
usam esta planta para diversos fins medicinais e beleza”, afirmam Mário Nunes e
Sofia Cabanita.
Foto: José Melo (CADEP-CN) |
Em Portugal a APROFIP (Associação de
profissionais do aproveitamento dos figos da-índia portugueses) garante que
“está a trabalhar para que produções dos seus associados tenham garantido o seu
escoamento” e uma dessas medidas passa pela “introdução do figo-da-índia nas cantinas
escolares, na restauração, nos hotéis, como fruto ou em sumos”. A exportação também
é uma intenção a ser trabalhada, pela APROFIP.
A APROFIP é uma associação que
tem como fim o apoio técnico, jurídico e outros aos seus associados, no âmbito
da implementação, manutenção, exploração e comercialização da Figueira-da-Índia
(Opuntia Ficus Indica) e produtos
derivados.
Consideramos ser muito interessante e de toda apertinência que a a Associação
Agrícola de Sta Maria e futuro executivo camarário, convide técnicos da APROFIT
a virem a Sta Maria avaliar o potencial da ilha para a produção de
figos-de-toneira (figos-da-índia), e protocularem apoio técnico no sentido da
sua rentabilização, assim como acordos de parceria no seu escomento futuro.
DESCRIÇÃO
DA PLANTA E DO FRUTO
Nome popular: Piteira, toneira ou figueira-da-índia
Nome científico: Opuntia
ficus indica
É um cato
suculento, ramificado, de porte arbustivo, com altura entre 1,5–3 m, ramos
clorofilados achatados, de coloração verde-acinzentada, mais compridos
(30–60 cm) do que largos (6–15 cm), variando de densamente espinhosos
até desprovidos de espinhos. As folhas são excepcionalmente pequenas, decíduas
precoces. As flores são amarelo ou laranja brilhantes, vistosas. Os frutos são
amarelos-avermelhados, suculentos, com aproximadamente 8 cm de comprimento,
com tufos de diminutos espinhos. A reprodução, faz-se por semente ou
vegetativamente.
O seu fruto é conhecido, em Santa Maria por figo-de-toneira ou de
tabaia e noutros lugares por tabaibo, tuna ou figo-da-Índia. A sua polpa é
suculenta e tem alto teor de fibras, vitamina A e ferro.
* José Andrade Melo
CADEP-CN e Amigos dos Açores, Sta
Maria
Fontes consultadas:
Sem comentários:
Enviar um comentário